São Paulo, terça-feira, 11 de novembro de 1997 |
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Nova taxa de embarque é das mais caras do mundo
ELVIRA LOBATO
Recentemente, a Infraero (Empresa Brasileira de Infra-estrutura Aeroportuária, vinculada ao Ministério da Aeronáutica) fez um estudo das tarifas de embarque internacional praticadas em 47 aeroportos em todos os continentes. No topo do ranking, com a tarifa mais alta (US$ 25,80), estava a Grécia. Em segundo lugar, vinha a Tanzânia (US$ 25,00). O Brasil, com US$ 18,00, já aparecia como o 13º país mais caro. O estudo foi feito no final do primeiro semestre e foi usado pela Infraero como prova de que a taxa de embarque internacional cobrada pelo Brasil era razoavelmente baixa, em comparação com as de alguns países desenvolvidos, como os Estados Unidos e o Canadá. Liderança Com o aumento anunciado ontem, a situação mudou e o Brasil passou a ser o país com a maior taxa de embarque no ranking internacional feito pela Infraero. A nova tarifa, de US$ 90,00, é duas vezes e meia mais alta do que a da Grécia, que passa à condição de segunda colocada. A nova taxa é ainda 13,68 vezes a praticada pela África do Sul -que tem a tarifa de US$ 6,58- e 8,9 vezes a da França (aeroporto Charles de Gaulle). É ainda 9,4 vezes a taxa de embarque praticada na Itália, no aeroporto de Roma. Os brasileiros que sonham visitar Miami e Nova York sentirão o peso da diferença. A tarifa de embarque em Miami, de acordo com o levantamento fornecido pela Infraero, é de US$ 23,00 e a de Nova York é de US$ 22,00. Segundo anunciou o governo, o aumento, no valor de US$ 72,00, entrará em vigor mediante portaria do DAC (Departamento de Aviação Civil), responsável pelo controle da aviação comercial no Brasil. A direção do órgão informou, no Rio, que espera a publicação da determinação do governo no "Diário Oficial da União" para redigir a portaria sobre o assunto. A redução do limite de compra nas lojas "Duty Free" (sem encargos) dos aeroportos internacionais apanhou de surpresa o grupo Brasif, que administra os free shops dos aeroportos do Rio, São Paulo, Porto Alegre, Belo Horizonte e Recife. A empresa limitou-se a dizer, por sua assessoria, que acreditava ter havido um equívoco por parte do governo. O limite de compra nas free shops caiu de US$ 500 para US$ 300 e, segundo o governo, a medida vai vigorar no ano que vem e em 1999. A Brasif argumenta que metade da receita das vendas das free shops fica no Brasil, ao contrário do que ocorre com as compras efetuadas no exterior. No entanto, diz a empresa, o governo manteve intocado o limite de US$ 500 para as compras fora do país por turistas brasileiros. Segundo a empresa, os brasileiros que viajaram ao exterior em 96 gastaram US$ 300 milhões em compras nas free shops. Metade das divisas foi usada para pagamento das mercadorias e a outra metade foi convertida em moeda nacional, ficando as divisas em poder do Banco Central -como manda a regra. A Brasif diz ainda que recolheu o equivalente a US$ 90 milhões em impostos. Segundo a Infraero, 28% de seu orçamento deste ano vem da taxa recolhida pelas free shops dos aeroportos sob sua responsabilidade. O orçamento da estatal em 97 é de US$ 200 milhões. Texto Anterior: Dólar e juros recuam no mercado futuro Próximo Texto: Estilista sonha com a Índia mas já cogita Machu Picchu Índice |
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