São Paulo, terça-feira, 11 de novembro de 1997
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Ponto fraco, teto de carro-forte é perfurado

MARCELO GODOY
DA REPORTAGEM LOCAL

A equipe de vigilantes do carro-forte da Prosegur/Brasil não pôde resistir aos ladrões porque eles dispararam seus fuzis contra o teto do veículo.
Área mais fraca da blindagem, ela não suportou os disparos dos fuzis FAL-FN calibre 7,62 mm, o mesmo que é usado pelo Exército brasileiro. As balas perfuraram o aço e acertaram os seguranças.
Vilson Fernando da Silva, 35, foi atingido por uma bala no abdômen. Amaro Silva Filho, 40, chefe da equipe do blindado, recebeu um tiro que entrou pelo ombro esquerdo e saiu pelo braço.
O motorista Normando Costa, 39, foi ferido num dos calcanhares por estilhaços dos disparos.
Vendo os colegas feridos, o vigia Raimundo Batista dos Santos, 30, abriu a porta traseira do carro-forte e saiu do veículo se arrastando. Disse que sacou o revólver calibre 38, mas acabou surpreendido pelo quinto ladrão.
O ladrão apontou-lhe um fuzil para a cabeça e, mandando que ficasse quieto, o desarmou após Santos pedir que não fosse morto.
Retirada
Em seguida, o ladrão entrou no cofre do blindado. Ele apanhava os malotes e os jogava aos companheiros que estavam sobre os capôs dos outros carros.
Um a um, os malotes passaram de mão em mão até serem amontoados num dos lados da embarcação. Os motoristas dos carros assistiram ao roubo sem poder sair de seus veículos.
Nesse momento, aproximou-se da balsa um barco cinza, de alumínio, que usava motor de popa e que era semelhante a uma chata. Nele estava o sexto assaltante.
Seus companheiros obrigaram o mestre a mudar o rumo da balsa, levando-a em direção ao canal onde está o Iate Clube de Santos, no Guarujá (87 km a sudeste de São Paulo). Antes de chegar àquele clube, os ladrões pararam a embarcação.
Então, transferiram os malotes com o dinheiro, deixaram a balsa e fugiram no barco pelo estuário de Santos, em direção a Vicente de Carvalho, distrito do Guarujá. Além do dinheiro, levaram dois revólveres calibre 38 dos vigias.
Após a fuga, os vigilantes feridos foram levados ao Hospital Santo Amaro, em Santos. Vilson da Silva foi operado e permanecia na UTI até as 21h. Os dois outros vigilantes foram medicados e liberados no começo da tarde.
Rádios
A quadrilha deixou na embarcação as cinco bicicletas, as mochilas, os travesseiros, um capuz, 19 balas e três pentes de balas de fuzil.
Os ladrões usaram radiotransmissores sintonizados nas faixas da polícia para atrapalhar a comunicação dos policiais, dificultando a perseguição.

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