São Paulo, terça-feira, 11 de novembro de 1997
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7,6 mil tentam legalização em SP e no Rio

ANDRÉ LOZANO

ANDRÉ LOZANO; FERNANDA DA ESCÓSSIA
DA REPORTAGEM LOCAL

Doação agora é o único recurso para quem perdeu o prazo de regulamentação e quer se desfazer de armamento

FERNANDA DA ESCÓSSIA
A Divisão de Produtos Controlados (DPC) da Polícia Civil de São Paulo recebeu na semana passada mais de 5.600 pedidos de cadastramento de armas de fogo sem procedência legal.
O prazo para regularização dessas armas terminaria dia 8 (sábado), em São Paulo. No entanto, a polícia paulista decidiu encerrar o prazo na sexta (dia útil).
Para a Acrimesp (Associação dos Advogados Criminalistas do Estado de São Paulo), esse prazo deveria ser estendido porque terminou no fim-de-semana.
A Secretaria da Segurança Pública de São Paulo disse que a data só poderia ser alterada pelo Ministério da Justiça. A assessoria de imprensa do ministério informou ontem que não havia previsão de mudança do prazo.
Segundo o delegado Francisco Decio Simões Bandini, da DPC, além dos pedidos de registro, a divisão recebeu cerca de 30 armas.
Desde sábado, tornou-se inviável a regulamentação de arma ilegal em São Paulo. Segundo a Delegacia Geral, quem tem uma arma sem procedência, mas perdeu o prazo para registrá-la e quer se desfazer dela, a única saída é doar o armamento.
Já os portadores de armas registradas têm até o dia 11 julho de 1998 para realizar o novo registro. Esses registros estão sendo centralizados na DPC, na rua Moncorvo Filho, 410, ao lado da Cidade Universitária (zona sudoeste). Nesse endereço também são aceitas as armas doadas.
Rio
A DFAE (Divisão de Fiscalização de Armas e Explosivos) recebeu aproximadamente 2.000 pedidos de registros de armas de fogo de sexta-feira até anteontem. Em fiscalizações realizadas pela Secretaria de Estado de Segurança e pela Polícia Rodoviária Federal, foram apreendidas cerca de 60 armas ilegais.
O prazo para o registro de armas terminava no sábado, mas a DFAE abriu um plantão especial. Hoje será divulgado o balanço dos pedidos feitos também nas delegacias de todo o Estado do Rio de Janeiro.
Mauro Viveiros, chefe do serviço de armas da DFAE, disse acreditar que houve cerca de 10 mil pedidos de registro no Rio.
"O perfil de quem pediu para registrar a arma é muito variado, inclui desde mulheres que herdaram armas dos maridos até gente de classe média e empresários."
Segundo ele, as pessoas que pediram o registro não podem possuir antecedentes criminais.
O porte ilegal de arma é considerado crime. Operação da polícia do Rio apreendeu, no final de semana, 54 armas com supostos traficantes.

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