São Paulo, terça-feira, 11 de novembro de 1997
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Poluição aumenta e SP fica em atenção

MARCOS PIVETTA
DA REPORTAGEM LOCAL

O excessivo calor de ontem na cidade de São Paulo (máxima de 33°C às 16h) aumentou os níveis de poluição por ozônio e levou a Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental) a decretar estado de atenção no Ibirapuera (zona sudoeste) e Mooca (zona sudeste).
Nesses locais, a Cetesb registrou má qualidade do ar por excesso do gás ozônio -um tipo de poluente que só se forma perto da superfície em dias muito ensolarados, como ontem, a partir de reações fotoquímicas (que apenas ocorrem na presença de luz), envolvendo outros dois poluentes (hidrocarbonetos e dióxido de nitrogênio).
"Decretamos o estado de atenção porque as condições para dispersão dos poluentes amanhã (hoje) deverão permanecer desfavoráveis", disse Cláudio Alonso, gerente de qualidade ambiental da Cetesb.
Em outros dois pontos da Grande São Paulo (São Miguel Paulista e São Caetano do Sul), foi registrada qualidade inadequada do ar. Nas demais áreas da região metropolitana onde a Cetesb faz medições, a qualidade do ar esteve regular ou a medição não foi feita por problemas técnicos.
A Cetesb recomenda que as pessoas evitem hoje usar carro nas áreas com alto índice de poluição. A prática de esportes, ainda que em parques ou clubes, também não é recomendada pela agência ambiental paulista no período da tarde, quando a concentração de ozônio é maior na atmosfera.
Ao se exercitar, as pessoas aumentam o consumo de ar e podem acabar sendo mais afetadas pela poluição.
O ozônio diminui a resistência do organismo a infecções e causa irritação no olhos, nariz, garganta e vias respiratórias. O poluente também provoca envelhecimento precoce de materiais expostos aos ar livre.
Segundo o 7º Distrito do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), a temperatura máxima deverá se manter acima dos 30°C por mais dois ou três dias. Hoje, de acordo com o Inmet, a máxima deverá ficar na casa dos 33°C.
No domingo, a temperatura máxima chegou a 33,3°C na capital paulista. O recorde do ano foi de 34,6°C em 15 de outubro passado.
"Uma frente (fria) deverá chegar à cidade entre os dias 13 e 14 (quinta e sexta), aumentando a chance de chover", disse o meteorologista Ernesto Alvin, do Inmet.
A aproximação da frente também deverá amenizar um pouco as temperaturas a partir de quinta.
Alvin afirmou que o fenômeno El Niño (aquecimento anormal das águas do oceano Pacífico que causa alterações no clima global) deverá provocar dias um pouco mais quentes do que o normal nos próximos meses.

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