São Paulo, terça-feira, 11 de novembro de 1997
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Metroviários decidem cancelar a greve

ANDRÉ MUGGIATI
DA REPORTAGEM LOCAL

Os metroviários de São Paulo decidiram, durante uma assembléia na noite de ontem, cancelar a greve que estava prevista para acontecer hoje em todas as linhas de metrô.
A decisão foi tomada depois de uma proposta do Metrô de pagar R$ 350 como parcela de adiantamento da distribuição de lucros já em dezembro.
Os metroviários reivindicavam R$ 3.500 de distribuição de lucros, referentes ao período de setembro de 97 a agosto de 98.
O Metrô oferecia R$ 1.000, referentes ao mesmo período, mais acréscimos proporcionais à realização de metas preestabelecidas.
Condições
Para terem direito à parcela de R$ 350, os metroviários terão igualmente que cumprir metas colocadas pela direção da empresa.
Depois da assembléia, os funcionários disseram que vão continuar lutando pelo aumento na participação nos lucros a partir de janeiro de 1998.
Segundo o sindicato, havia 500 empregados presentes à assembléia. A categoria tem cerca de 7.800 pessoas.
Audiência
Na manhã de ontem, o sindicato e a empresa participaram de uma audiência conciliatória no TRT (Tribunal Regional do Trabalho).
Foi a segunda audiência entre as partes em uma semana e não houve acordo.
No encontro de ontem, a empresa ofereceu um adiantamento de R$ 280,00 em dezembro. Esse valor não foi aceito pelos metroviários.
O juiz instrutor das audiências de conciliação, Floriano Corrêa Vaz, propôs um acordo -pagamento de R$ 500 referentes ao período entre setembro e dezembro, e novas negociações a partir de janeiro. Os funcionários aceitaram, mas a empresa, não.
O juiz Floriano Vaz decidiu em seu despacho que os metroviários não poderiam fazer a greve hoje.
Punição
O juiz também determinou que, em caso de greve, o metrô funcionasse com 100% de sua capacidade nos horários de pico, com greve apenas nos demais horários.
Segundo os metroviários, a população já teria sido alertada sobre a greve desde a semana passada.
O presidente do sindicato, Pedro Augustinelli, afirmou também que não há como evitar a greve nos horários de pico.
O juiz determinou que, se houvesse greve e suas determinações não fossem cumpridas, haveria uma multa de R$ 10 mil por dia.
"Os metroviários não estão querendo participação nos lucros e resultados, mas sim um abono, e isso nós não vamos dar", disse o diretor administrativo do Metrô, Ademir Venâncio de Araújo.
Essa é a segunda vez que o Metrô discute a distribuição dos lucros entre seus funcionários.
No período entre setembro de 96 e agosto de 97, os metroviários receberam R$ 1.000 cada.

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