São Paulo, terça-feira, 11 de novembro de 1997
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Fiscal de Santana nega cobrança de propina

ALBERTO RAMOS
DA "FOLHA DA TARDE"

O fiscal da prefeitura Rogério Aparecido da Silva, conhecido como "Boy", negou participação no esquema de extorsão contra camelôs relatado pela "Folha da Tarde" e pela Folha.
Ele foi ouvido ontem na comissão preliminar de averiguação da SAR (Secretaria das Administrações Regionais).
Além de "Boy", também depuseram os fiscais da Regional de Santana (zona norte de SP) Herculano Firmino Coelho, o "Lula", e Geraldo dos Santos. Todos negaram participação no esquema da propina.
Em um dos casos relatados, "Boy" foi indicado por um assessor do vereador Nelo Rodolfo (PPB) como a pessoa que ajudaria um repórter que se fazia passar por camelô a vender sem licença em Santana. A regional da área é controlada por Rodolfo.
Os fiscais "Lula" e Santos foram identificados por camelôs como auxiliares de "Boy" na arrecadação de propina.
Embora os fiscais tenham negado as denúncias, elas não são objeto da comissão da SAR. "Na verdade, esse depoimento ainda não é uma averiguação de responsabilidade", afirmou o procurador do município Leônidas Moreira, que preside a comissão.
Segundo Moreira, a função da comissão de averiguação é apenas identificar os servidores. Eles foram citados nas reportagens publicadas apenas pelo apelido ou primeiro nome.
"Caso sejam constatados indícios de irregularidades, os servidores serão encaminhados ao Departamento de Procedimentos Disciplinares, da Secretaria de Negócios Jurídicos", disse o procurador.
Segundo Moreira Neto, os indícios são "enormes", mas faltava a identificação correta dos fiscais.
Comissão na Câmara
A Câmara Municipal instala hoje uma comissão de sindicância para apurar o envolvimento de assessores de vereadores na indicação de camelôs para administrações regionais.
A comissão foi determinada pelo presidente da Câmara, Nelo Rodolfo (PPB), na última sexta-feira, e não terá poderes para convocar vereadores. Rodolfo é um dos citados nas reportagens sobre o esquema de extorsão contra camelôs.
Os integrantes da comissão são designados pelo diretor-geral da Câmara, Carlos Tini, em portaria publicada no "Diário Oficial do Município".
Três deles são assessores jurídicos da casa: Breno Gandelman (presidente), Rogério Justamante e Marcela Giacaglia, além da secretária Clarisse Atienza.

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