São Paulo, terça-feira, 11 de novembro de 1997 |
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Muda critério que define hipertensão
NOELLY RUSSO
A partir de agora, as pessoas que tiverem a pressão 13 por 8,5 já são consideradas hipertensas. Antes o limite era 14 por 9. A decisão foi tomada pelo Joint, um comitê de prevenção, detecção e tratamento de pressão alta que reúne médicos de diferentes especialidades, enfermeiras e representantes de laboratórios médicos e da saúde pública. O anúncio oficial foi feito na última quinta-feira, mas a primeira grande apresentação para médicos aconteceu ontem no 70º Congresso da Associação Americana do Coração. O encontro reúne cerca de 35 mil cardiologistas de diferentes países em Orlando (EUA). Segundo o comitê, a mudança foi feita porque o número de pessoas com pressão alta tem aumentado em todo o mundo. A hipertensão é uma doença que se caracteriza pelo aumento crônico da pressão nas artérias. Ela pode provocar infartos, derrames e sérios danos ao rim. Segundo Sheldon Sheps, um dos membros do comitê, a incidência da hipertensão começou a adotar um patamar estável, o que para ele, é preocupante. "Estar estável significa parar de cair. Isso é preocupante." Estima-se que entre 20% e 25% da população no mundo seja hipertensa. O comitê criou graus de gravidade na hipertensão (1, 2 e 3) e grupos de paciente (A, B e C) que apresentam quadros de diabetes, tabagismo, colesterol alto etc. A combinação desses dois parâmetros oferece "pacotes" de tratamentos recomendados pelo comitê. Para os pacientes que apresentarem pressão 13 por 8,5, segundo o Joint, já é necessária a mudança no estilo de vida -diminuir gorduras, fazer exercícios etc. A medicação começa mais cedo, por recomendação do comitê, para pacientes que tiverem pressão nesse nível, mas apresentar alguma outra doença Segundo a nova recomendação do comitê, a pressão ideal (para jovens) é de 12 por 8. É considerada normal nos valores 13 por 8, e normal-alta em 13 por 8,5. A partir daí a hipertensão começa a ser classificada por sua gravidade. Uma medida 14 por 9 significa pressão alta-leve. Acima de 16 por 11 é considerada severa. Entre os principais problemas da nova padronização divulgada pelo comitê está a recomendação do tratamento cada vez mais precoce à base de remédios. Entre os médicos presentes havia o comentário de que a medida beneficiaria mais os laboratórios do que os pacientes. Outra crítica foi a inclusão de pessoas sadias em um quadro de pessoas doentes. A jornalista Noelly Russo viajou a convite do Laboratório Novartis Texto Anterior: Pitta gasta 0,5% com obras Próximo Texto: Técnica cria vaso sanguíneo Índice |
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