São Paulo, terça-feira, 11 de novembro de 1997 |
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Argentina descarta medidas fiscais
LUCAS FIGUEIREDO; LÉO GERCHMANN
Rodríguez negou que o governo argentino vá implantar medidas fiscais para combater a crise mundial nas Bolsas. No entanto, os analistas locais acreditam que seja inevitável a adoção de algumas ações -ainda que menos profundas que as anunciadas no Brasil. "A Argentina também deverá ajustar seu nível de importações, e o fará drasticamente", opinou o economista Fernando Navajas. O analista de economia Marcelo Bonelli disse que "devem ser feitas as medidas de ajuste fiscal na Argentina, mesmo que não sejam tão amplas quanto as brasileiras". Segundo a Folha apurou, o governo continua estudando alterações na economia. Pelo menos algumas delas poderiam ser anunciadas amanhã pelo secretário de Indústria e Comércio da Argentina, Alieto Guadagni. Ontem, o governo argentino recebeu uma notícia desfavorável. A Suprema Corte considerou legal a cobrança de uma taxa pela Associação dos Bancos da Argentina aos seus filiados. Os bancos devem aumentar suas taxas de juros para compensar a perda. Na próxima semana, a Argentina deve fechar um acordo com o FMI, que vai garantir um crédito de US$ 3 bilhões ao país. A previsão inicial era de um empréstimo de US$ 1 bilhão, valor aumentado em US$ 2 bilhões após a crise nas Bolsas. Rodríguez afirmou que as negociações com o FMI não trarão novidades em relação ao projeto de orçamento para o próximo ano enviado ao Congresso. A oposição, no entanto, pede a adoção de medidas para fortalecer a economia argentina. José Luis Machinea, principal economista da Aliança (união dos dois principais partidos de oposição: União Cívica Radical e Frepaso), disse que o governo deve estar preparado para tomar medidas adicionais se a crise se prolongar. Segundo ele, essas ações seriam necessárias para diminuir o déficit fiscal. Machinea também quer mais rapidez no acordo com o FMI. A oposição "vai comportar-se de maneira muito razoável", afirmou. (LF e LG) Texto Anterior: Roque Fernández elogia o Brasil Próximo Texto: Pacote contribui para nova queda da Bolsa de Buenos Aires, de 5,7% Índice |
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