São Paulo, terça-feira, 11 de novembro de 1997
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Aziz diz não temer mais sanções

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

O secretário-geral da Organização das Nações Unidas, Kofi Annan, diz que "não está tudo perdido ainda" ao se referir à esperança de uma solução diplomática para a atual crise entre o Iraque e a ONU.
Mas o tom das declarações do vice-primeiro-ministro iraquiano Tareq Aziz, após encontro que teve com Annan, deixou claro que vai ser difícil e demorado achar uma saída política para o impasse.
Ainda mais porque o governo dos EUA está pressionando a ONU para tomar medidas duras contra o Iraque por sua recusa a aceitar cidadãos norte-americanos na comissão que inspeciona o desmonte de armas iraquianas de destruição em massa, sob a alegação de que eles são preconceituosos contra o país.
Aziz disse que o Iraque não teme novas sanções da ONU: "O que nós temos a perder? Estamos cumprindo todas as nossas obrigações", afirmou, sobre o desmonte das armas de destruição em massa.
O vice-primeiro ministro iraquiano disse ainda que o número de norte-americanos na comissão de inspeção de armas da ONU é desproporcionalmente grande e que ela se transformou em instrumento "do Pentágono, da CIA (agência central de inteligência dos EUA) e do Departamento de Estado". Para Aziz, o problema do Iraque não é com a ONU.
O vice-presidente Al Gore repetiu as ameaças de que os EUA não vão tolerar qualquer ataque iraquiano contra os aviões norte-americanos U-2 que voltaram a realizar missões sobre o Iraque.
Acusações
Aziz ainda chamou a secretária de Estado dos EUA, Madeleine Albright, de "mentirosa", ao comentar declaração dela, que, na véspera, havia classificado o presidente iraquiano, Saddam Hussein, de "um mentiroso congênito".
O Conselho de Segurança da ONU se reuniu ontem para discutir a crise, mas não chegou a examinar nenhuma proposta. Os EUA querem aprovar uma resolução endurecendo as sanções já existentes contra o Iraque. Os integrantes do Conselho voltam a se reunir hoje para debater o assunto.

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