São Paulo, sexta-feira, 14 de novembro de 1997
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Panos quentes ; Adoçando a boca ; Arena X MDB ; Bola de cristal ; Trator light; Ser ou não ser; Chega pra lá; Abraço de afogados; Chutando a canela; Apelo presidencial 1; Apelo presidencial 2; Lobby no palácio; Mão invisível; Arena unida; No meio do fogo cruzado; Na corda bamba

Panos quentes
Temer atuou como bombeiro ontem. Ao ver que a crise entre FHC e ACM se agravara com indiretas do tucano de manhã, ligou para o presidente e propôs uma reunião imediata dos três para fazerem um acordo sobre a alta do Imposto de Renda.

Adoçando a boca
FHC decidiu rifar a presidente da Fundação Nacional de Saúde, Elisa Sá, cuja cabeça estava sendo pedida há tempo pelo PFL. A troca ajuda a distender os ânimos no partido, acirrados com a queda-de-braço FHC-ACM.

Arena X MDB
Avaliação de líderes peemedebistas: a crise PFL-FHC, que passa pela definição de apoios nas eleições estaduais, deixou o terreno mais propício para PMDB e PSDB se reaproximarem.

Bola de cristal
No começo do ano, uma raposa política disse a FHC que, se ele colaborasse para eleger ACM presidente do Senado, estaria, no prazo de seis meses, criando o maior inimigo do governo. Errou somente por alguns meses.

Trator light
Serjão conversou com ACM e Luís Eduardo ontem. Disse para o presidente do Senado que ele estava errado ao defender a retirada do aumento do Imposto de Renda do pacote fiscal.

Ser ou não ser
Alguns tucanos voltaram a criticar o estilo de FHC, que deu esperanças a ACM e a Temer, na terça, de que abriria mão do aumento do Imposto de Renda de Pessoas Físicas e, na quarta, abortou a idéia. Dizem que a resposta deveria ter sido clara.

Chega pra lá
Após a reunião do Conselho Político, peemedebistas falaram com FHC. "O senhor fica como único avalista da inserção do partido na aliança", disse Jader Barbalho. Não querem Serjão e ACM intermediando conflitos.

Abraço de afogados
PT, PDT, PC do B e parte do PMDB lançam em São Paulo na segunda uma frente de oposição ao governo Covas. Avaliam que Maluf já está no 2º turno da eleição para governador em 98 e que a briga agora é com o PSDB.

Chutando a canela
Frase que Ricardo Izar diz ter ouvido de Maluf, sobre o tucano Aécio Neves ter chamado de oportunista o apoio do PPB à FHC: "Oportunista é o Aécio, que usa o sobrenome da mãe, e não o do pai (Cunha), para se associar ao (avô) Tancredo".

Apelo presidencial 1
De FHC, sobre efeitos perversos da globalização, para caciques do PMDB anteontem: "Ou você vai para a ditadura, para a qual não irei nunca, ou você cai. Como não quero cair, preciso do apoio (dos partidos e da sociedade) para encontrar a saída".

Apelo presidencial 2
O presidente disse a peemedebistas, anteontem à noite, que espera apoio de todos os partidos aliados para superar a crise. Disse que queria agregar também a sociedade em torno do pacote para salvar o Real.

Lobby no palácio
Representantes da indústria de carros foram ontem de manhã ao Planalto. Na mesma hora, um ministro pedia um estudo da exclusão dos veículos populares e dos utilitários da alta do IPI.

Mão invisível
O governo tem incentivado fundos de pensão, orientados pelo BNDES, a comprar ações da Telebrás para segurar o preço delas, que tem caído nas Bolsas.

Arena unida
ACM cobrou de Maluf o fato de só 38 dos 79 deputados do PPB terem votado a favor da reforma administrativa. O pepebista prometeu ir na próxima quarta à Câmara pedir votos.

No meio do fogo cruzado
Basta Maluf elogiar um tucano para que ele vire inimigo do PSDB. Um deputado tucano ironiza eventual candidatura a governador do ministro Paulo Renato, de quem Maluf falou bem: "É o Pitta do FHC. Só será candidato se o presidente bancar".

Na corda bamba
Aos líderes do PMDB, FHC disse que poderia privilegiar um partido na aliança da reeleição, mas não quer. Prefere administrar os conflitos: "E isso exige uma ginástica danada", brincou.

TIROTEIO
De Geraldo Pastana (PT), sobre uma hipotética candidatura de Maluf (PPB) à Presidência:
- Com Maluf na Presidência, as Bolsas não subiriam nem cairiam. Elas apenas sumiriam.

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