São Paulo, sexta-feira, 14 de novembro de 1997
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Corte de oxigênio é o maior risco para o feto

LUCIA MARTINS
DA REPORTAGEM LOCAL

A realização de uma cesariana quando a mãe está morta é o parto prematuro que oferece mais risco para o bebê. Isso acontece porque o suprimento de oxigênio do feto é cortado imediatamente e, se não morrer, esse corte pode deixar sequelas na criança.
Essa é a explicação de Marilza Vieira Cunha, professora-titular de obstetrícia da Faculdade de Medicina da Unesp (Universidade Estadual Paulista).
Segundo ela, quanto maior o tempo de gestação, menores são os riscos de morte de bebês prematuros. Com mais de 30 semanas, cerca de 80% sobrevivem. Com 26 semanas, a chance de sobrevivência se inverte: é de apenas 20%.
As principais causas de mortes de bebês que nascem prematuros (ou que nem chegam a nascer) são os problemas respiratórios. Isso ocorre porque os órgãos de um bebê prematuro não estão amadurecidos, principalmente os pulmões.
"O tratamento desses casos normalmente é por meio do uso de corticóide na mãe, para forçar o amadurecimento precoce do pulmão do feto. Isso ocorre quando há um caso de mãe com um quadro grave de hipertensão", afirma Marilza.
No berçário do hospital universitário da Unesp de Botucatu (SP), são feitos cerca de 150 partos por mês. Desses, 35% são prematuros e envolvem riscos de vida.
Segundo Marilza, boas condições hospitalares são essenciais para elevar a chance de sobrevivência. Um feto prematuro normalmente precisa de um acompanhamento total, por isso são necessários profissionais treinados e infra-estrutura especial.
A respiração dos bebês precisa ser acompanhada por uma enfermeira. "É muito comum esses bebês sofrerem paradas cardíacas."
Além disso, a alimentação e ingestão de água precisa ser feita por meio de tubos. "Geralmente, o feto ainda não possui força suficiente para sugar a água ou o alimento."

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