São Paulo, sexta-feira, 14 de novembro de 1997
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IML atesta ferimento na cabeça

ROGERIO SCHLEGEL
DA REPORTAGEM LOCAL

O Instituto Médico Legal comprova que o camelô Paulo Nélson Barroso sofreu ferimentos na cabeça ao ser espancado pelos fiscais. Segundo neurologistas, esse tipo de ferimento pode levar à morte até mesmo um mês depois, como ocorreu com o ambulante.
O laudo aponta dois cortes com contusão acima da orelha esquerda: um tinha 4 centímetros e o outro, 2. Barroso também tinha vários machucados e um hematoma de 8 centímetros na coxa esquerda. Nas costas, havia machucado de 32 centrímetros quadrados.
Esse laudo do IML foi divulgado ontem pelo 2º DP e se refere apenas à agressão. O instituto ainda prepara exame necroscópico que, em duas semanas, deve apontar a causa da morte do ambulante.
Não são raros os casos em que ferimentos na cabeça levam a vítima à morte após mais de 15 dias, segundo neurologistas. Há dois tipos de lesão que costumam causar esse quadro: hematomas intracranianos e hemorragia com inflamação das meninges.
No primeiro caso, uma veia da cabeça se rompe e o sangue começa a se armazenar no local. Esse hematoma cresce ao longo de dias até começar a pressionar o cérebro.
No outro caso, há um pequeno sangramento que faz as membranas que envolvem o cérebro (meninges) inflamarem. Há acúmulo de água, que pressiona o cérebro.
Os sintomas se assemelham aos apresentados por Barroso: fraqueza nos membros, dores de cabeça, sonolência.

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