São Paulo, sexta-feira, 14 de novembro de 1997
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Roubo de R$ 4 mi foi planejado por 1 ano

MARCELO GODOY
DA REPORTAGEM LOCAL

O roubo dos R$ 4,06 milhões na pista do aeroporto de Congonhas (zona sudoeste de São Paulo) foi planejado durante um ano. Ocorrido na semana passada, 15 homens participaram do maior assalto do Estado em 1997.
Um dos líderes da quadrilha foi preso anteontem pela Delegacia de Roubo a Banco do Depatri (Departamento de Investigações Sobre Crimes Contra o Patrimônio).
Aílton de Souza Silva, 25, o Itinha, estava em Ibiporã (PR). Segundo a polícia, o plano da quadrilha era roubar R$ 9 milhões.
Os ladrões só não levaram esse dinheiro porque não esperaram um outro carro-forte que ia descarregar R$ 4 milhões e porque esqueceram dois malotes com R$ 1,5 milhão no avião da Sul América Táxi Aéreo, um bimotor Sêneca.
Os líderes do roubo milionário previam achar um esquema de segurança mais forte do que o existente no aeroporto de Congonhas. Por isso, compuseram um grupo numeroso de ladrões armados com fuzis e submetralhadoras.
Membros de três das principais quadrilhas de assaltantes de banco de São Paulo se uniram. Os 15 ladrões seriam moradores das zonas norte e sul da cidade.
Denúncia
Após o assalto, a Delegacia de Roubo a Banco recebeu uma denúncia anônima contra Itinha.
Por causa dela, um investigador foi enviado ao Paraná. Confirmada a denúncia, mais quatro policiais foram prendê-lo naquele Estado. Às 7h30 de anteontem, eles arrombaram a porta do sobrado alugado por Itinha e detiveram-no dormindo com a mulher.
Em seu poder, os policiais disseram ter encontrado uma pistola calibre 9 mm. Ao mesmo tempo, uma outra equipe de investigadores revistou a casa dos pais do acusado na zona sul de São Paulo.
Na garagem, eles encontraram R$ 35,3 mil, dinheiro que faria parte do que ele teria recebido na divisão do R$ 4,06 milhões.
Ao ser interrogado na Delegacia de Roubo a Bancos, Itinha teria confessado o crime na presença de seu advogado, mas não teria revelado os nomes de seus companheiros. Ele também não quis revelar quanto lhe coube no assalto.
Itinha teria admitido ter entrado em Congonhas com um fuzil numa Kombi com o logotipo da Infraero, administradora dos aeroportos no Brasil.
A quadrilha rendeu vigilantes de dois carros-fortes e pegou o dinheiro que ia ser levado pelo Sêneca para Bauru.
Itinha foi enviado ontem à Delegacia Seccional Sul. Além dele, o grupo teria mais um líder: Osmar Giglioni, o Tico Branco. Condenado por roubo a banco, ele fugiu da prisão em Tremembé (SP) no dia 24 de dezembro de 1996.

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