São Paulo, sexta-feira, 14 de novembro de 1997
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Governo anuncia três medidas para tentar conter crise cambial e da Bolsa

DA REDAÇÃO

O governo anunciou ontem três medidas de impacto com objetivo de inverter o fluxo negativo de dólares e dar fôlego às Bolsas de Valores, atacando simultaneamente as duas principais vertentes da crise que enfrenta.
Antes da abertura do pregão, a CVM, que atua como xerife do mercado de capitais, autorizou as empresas a dobrar a quantidade de títulos próprios que podem recomprar. O teto passou de 5% a 10% dos papéis em circulação.
Mais tarde, o BNDES tornou essa possibilidade mais atraente ao decidir dar R$ 1 bilhão para financiar essas operações. Os empréstimos terão condições vantajosas (juros de 8% ao ano mais a TJLP, uma das taxas mais baixas do mercado).
Os dois órgãos, subordinados ao governo federal, negaram a intenção de tentar, com as medidas, conter um ataque especulativo ao real.
No final da tarde, o Banco Central reduziu os prazos mínimos para empréstimos tomados por bancos e empresas no exterior. O objetivo é evitar que saiam do país até US$ 5,5 bilhões em capitais estrangeiros e estimular novas captações.
O prazo de três anos será reduzido, a partir de hoje, para um ano, o que é mais compatível com a demanda internacional. No caso de renovação de contratos, o prazo é ainda menor -seis meses. Os novos prazos valem até março de 1998.
Apesar do conjunto de medidas, a Bolsa de São Paulo respondeu mais a fatores externos, primeiro subindo com a Ásia e depois caindo e subindo novamente com Wall Street, num movimento de ioiô, que variou entre alta de 5,2% e baixa de 3,9%, antes de fechar com ganho de 3,19%.

LEIA MAIS sobre o pacote pós-crash nas págs. 2-2 a 2-20

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