São Paulo, sexta-feira, 14 de novembro de 1997
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COMPARE A AJUDA DO BNDES À BOLSA

- Taxa de juros 8% ao ano + TJLP = 18% ao ano(*)
- Casa própria (SFH): 12% ao ano + TR = 34% ao ano
- Casa própria (carteira hipotecária): 16% ao ano + TR = 39% ao ano
- Financiamento no varejo, depois do choque dos juros: até 113% ao ano
- CDI (empréstimos entre bancos): 44% ao ano
- Girar a dívida no cartão de crédito: 333% ao ano
(*) Em dezembro, a taxa vai ser ajustada

O valor da linha -R$ 1 bilhão- é equivalente a:
5% do ganho fiscal pretendido com o pacote de segunda-feira
83% do que o governo espera arrecadar com o adicional no Imposto de Renda das pessoas físicas
10% do déficit comercial previsto para este ano
o giro de um dia na Bolsa de São Paulo antes da crise
83% do que saiu em dólar das Bolsas brasileiras em outubro

ENTENDA A INTERVENÇÃO DO GOVERNO
1. A premissa é que a crise das Bolsas tem origem na baixa liquidez do mercado. Ou seja, como não entra dinheiro na Bolsa, a demanda é muito pequena e, portanto, quem precisa vender é obrigado a derrubar o preço para fechar o negócio.
2. Para aumentar a liquidez, o BNDES abre seu cofre e coloca à disposição das empresas R$ 1 bilhão, a juros favorecidos, para que elas possam recomprar seus próprios papéis que estão na mão de investidores.
3. Isso significa benefício triplo para as empresas que se interessarem: 1) poderão usar dinheiro comparativamente barato; 2) os acionistas majoritários poderão aumentar sua participação em suas próprias empresas, aproveitando preços e juros baixos; e 3) a compra de ações tende a inverter a queda da cotação, garantindo o patrimônio dos acionistas.
4. A eventual resposta positiva do mercado a esse estímulo serviria de contrapeso local à turbulência provocada pelo crash mundial, que está na origem da crise enfrentada pelo governo.

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