São Paulo, sexta-feira, 14 de novembro de 1997 |
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Mais montadoras paralisam linha de produção temporariamente
DA AGÊNCIA FOLHA; DA REPORTAGEM LOCAL A unidade da Ford em São Bernardo inicia hoje uma paralisação de 16 dias em sua produção.A Ford anunciou, por meio de sua assessoria de imprensa, que os 6.900 metalúrgicos da unidade vão ficar em casa por 24 dias (de hoje até o dia 7 de dezembro). Não haverá redução de salário. Ontem à tarde, em assembléia na unidade da Ford em São Bernardo, os metalúrgicos discutiram com o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC a proposta da empresa. A assembléia reuniu 5.000 pessoas, segundo o sindicato. A General Motors do Brasil anunciou ontem a redução de 25% de sua produção a partir da próxima segunda-feira. A medida atinge as duas unidades da montadora, em São Caetano e em São José dos Campos (SP). Em nota divulgada à imprensa, a GM alega que a redução visa a "adequar seus volumes à redução de demanda em razão das recentes medidas adotadas pelo governo". Cerca de 10 mil veículos estavam ontem nos pátios das fábricas. Com a redução da produção, a GM também concedeu licença remunerada para "parte de seu contingente" do próximo dia 17 até o dia 22 de dezembro, quando começam as férias coletivas da empresa. Todo o efetivo volta ao trabalho no dia 5 de janeiro. A GM anunciou ainda que as horas extras estão, nesse período, canceladas. Com isso, a jornada de trabalho dos metalúrgicos -que hoje é de 44,5 horas semanais- vai passar, a partir da próxima semana, para 42 horas semanais. A Volkswagen anunciou ontem que decidiu antecipar as férias coletivas para os metalúrgicos da unidade de São Bernardo que trabalham em três linhas de produção: Santana, Quantum e Kombi. Além da antecipação das férias coletivas, começa hoje a série de seis dias de paralisação na linha de produção de duas unidades da Volks: em São Bernardo e em Taubaté (Vale do Paraíba). A medida foi adotada devido à estagnação do mercado automobilístico, segundo o diretor de Recursos Humanos da Volkswagen, Fernando Tadeu Perez. Havia ontem no pátio da unidade de São Bernardo 12.757 veículos; em Taubaté, 5.588; e no Porto de Paranaguá (PR), 3.400 veículos que foram importados pela Volks. A partir da próxima segunda-feira os carros da Fiat serão reajustados em torno de 5%, segundo informou a assessoria de imprensa. O aumento é um repasse ao consumidor da elevação do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), um dos itens do pacote econômico do governo federal. Segundo a assessoria de imprensa, a empresa estava estudando uma forma de poupar o consumidor do repasse do IPI, mas não encontrou alternativas. Mesmo com o aumento, a empresa acredita que não haverá retração significativa nas vendas. A Fiat declarou que não vai alterar a meta produtiva. Para tentar sustentar as vendas, os bancos ligados às montadoras estão mantendo as taxas de juro no patamar anterior à elevação feita pelo governo. "Em fases de retração da economia, os bancos de montadoras passam a ser instrumentos financeiros no suporte da área comercial", disse o diretor-superintendente do Banco Fiat, Flávio Croppo. O Banco Fiat está com taxa prefixada de 2,79% ao mês nos financiamentos de 24 meses. A média de mercado, após a elevação dos juros, está em 5%. Para manter essa taxa, segundo Croppo, houve um acordo entre a montadora, as revendas da marca e o banco para "dividir os prejuízos". No setor de autopeças, as empresas Eaton e Arteb confirmaram que manterão os investimentos programados em modernização e ampliação de fábricas, apesar da estagnação do mercado. "O efeito do pacote fiscal no mercado é momentâneo e depois de 60 dias deve se normalizar", avaliou o presidente da Arteb, Pedro Eberhardt. A Arteb recentemente obteve do BNDES financiamento de R$ 20 milhões para seus investimentos. Texto Anterior: Câmbio já perdeu US$ 800 mi no mês Próximo Texto: O efeito do pacote no setor automotivo Índice |
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