São Paulo, sexta-feira, 14 de novembro de 1997
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Top models posam como mortas

ALVARO MACHADO
ESPECIAL PARA A FOLHA

O mundo da moda sofreu em julho último uma perda irreparável, com o estilista Gianni Versace morto por Andrew Cunanan, um serial killer que agia no meio homossexual nos EUA.
Porém a máquina fashion tudo transforma com sua cosmética, e em outubro último o fotógrafo Terry Richardson e a revista inglesa "i-D", bíblia de comportamento jovem, vestiram de glamour o tema deprimente.
Em editorial destacado na capa -"Killer Fashion"-, a revista convocou duas modelos saídas do Terceiro Mundo para posar como mortas em terreno baldio, cavando sepulturas etc.
São as tops Shirley Mallmann, brasileira, e a africana Alek Wek, nativa de uma tribo do Sudão e em ascensão nas passarelas.
O editorial inglês tem um antecedente brasileiro. Em maio último, a dramaturga Gloria Perez chegou a anunciar que entrara com ação legal contra a confecção Ellus, por causa das semelhanças que encontrou entre a cena de assassinato de sua filha, a atriz Daniella Perez, morta em 92, e as fotos realizadas por J.R. Duran para o catálogo da grife. "Você bate o olho na foto e leva um choque", disse Perez à época.
A foto em questão mostra a modelo Andréa Oliveira deitada em um capinzal, pose repetida no editorial "killer" da "i-D". A Ellus alegou que se tratava de "cena de namoro, com a modelo vivíssima".
Também em maio deste ano, o presidente norte-americano Bill Clinton se manifestou a respeito da morbidez no mundo da moda, protestando contra os efeitos perniciosos que teriam sobre a juventude as fotos da onda "heroin chic".
(AM)

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