São Paulo, sexta-feira, 14 de novembro de 1997
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Cortés mostra "Pasión Gitana"

ANA FRANCISCA PONZIO

Dois anos e meio atrás, quando começou a viajar pelo mundo com seu espetáculo "Pasión Gitana", que estréia dia 20 no Palace, Joaquín Cortés mostrou que era possível introduzir as tradições da Espanha na cultura de massas. Contrariando os puristas, mas seduzindo as multidões, imediatamente se tornou um popstar.
Desde então, Cortés também vem demonstrando fôlego para lidar com a mídia. No cinema, já participou de filmes dirigidos por Pedro Almodóvar e Carlos Saura. Além de posar como modelo para revistas de moda, tornou-se figura carimbada nas colunas sociais, principalmente depois do fugaz, mas atribulado, romance com a top model Naomi Campbell.
Descendente de ciganos, Cortés afirma que, quando dança, procura representar a rebeldia e o orgulho de sua raça. A essa aura mítica, no entanto, ele associa os padrões do gosto moderno.
Em "Pasión Gitana", adotou o ritmo frenético dos shows de rock. Para desenhar os figurinos, convidou o estilista Giorgio Armani, que substituiu as cores, estampas e babados típicos por roupas modernas, elegantes e fluídas.
Um corpo de baile formado só por mulheres acompanha Cortés, que procura subverter o flamenco, associando-o ao balé clássico, à dança moderna e ao jazz. O resultado é banal, mas Cortés sustenta o espetáculo com sua precisão técnica e um magnetismo ancorado principalmente na sensualidade e num jeito feroz de se impor no palco.
Contudo, quem costuma eletrizar a platéia não é Cortés, mas Cristóbal Reyes, tio e incentivador do bailarino, que num solo de poucos minutos mostra toda a visceralidade, sofisticação e virtuosismo do verdadeiro flamenco.

JOAQUÍN CORTÉS -Palace (av. dos Jamaris, 213, Moema, região sudoeste, tel. 531-4900). 1.710 lugares. Qui.: 21h30. Até 23/11. Ingr.: R$ 30 a R$ 60 (camarote e setor especial, esgotados). Estac. c/manob. (R$ 15).

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