São Paulo, sábado, 15 de novembro de 1997 |
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Médico invade palácio para escapar de ladrões
OTÁVIO CABRAL
O caso aconteceu por volta das 2h de ontem, no Morumbi (zona sudoeste de São Paulo). Pipino, que estava em um Honda Civic com sua namorada, afirmou à polícia que começou a ser perseguido por dois assaltantes que estavam em um Vectra branco na avenida Cidade Jardim. No cruzamento das avenidas Giovanni Gronchi com Morumbi, o médico foi alcançado pelos dois homens, que bateram o Vectra na lateral e na traseira de seu carro, obrigando-o a parar. Os dois ladrões desceram do carro e apontaram duas armas para o médico e a namorada, para forçá-los a deixar o carro. Segundo a polícia, Pipino acelerou o veículo e fugiu dos assaltantes pela avenida Morumbi. Os ladrões continuaram a perseguição e começaram a atirar. Um dos tiros atingiu o braço esquerdo do médico. Mesmo baleado, Pipino continuou dirigindo, sendo perseguido pelos dois homens no Vectra. Para escapar dos assaltantes, o médico jogou seu carro contra o portão de ferro do Palácio dos Bandeirantes, que fica na avenida Morumbi. No momento da colisão, o carro estaria a cerca de 120 km/h, segundo o major Luís Pereira, da Casa Militar do palácio. A força da batida arrebentou os cadeados e as correntes e abriu o portão. "Em princípio, os policiais acharam que estava havendo uma invasão ao palácio. Mas, quando chegaram perto do carro, a namorada gritou que o médico estava baleado", afirmou o major. "Ele ainda estava consciente, mas perdia muito sangue pelo braço." Os policiais chamaram o resgate do Corpo de Bombeiros, que levou Pipino ao Hospital São Luiz. Ele foi medicado e teve alta médica ainda na manhã de ontem. O médico foi procurado pela reportagem da Folha, mas não quis comentar o caso. Segundo o major Pereira, os guardas ainda viram o Vectra com dois homens fugindo pela avenida Morumbi, mas não conseguiram anotar as placas do carro. Até as 19h de ontem, o portão ainda não havia sido reformado. Por isso, a segurança no portão foi reforçada pela Polícia Militar. O delegado José Roberto dos Santos, titular do 34º DP (Morumbi), onde o caso foi registrado, tem duas hipóteses para a perseguição. Ele acha que os homens do Vectra queriam sequestrar o médico ou tomá-lo como refém para levá-lo a um caixa eletrônico e sacar dinheiro de sua conta. Pipino deve prestar depoimento à polícia na segunda-feira. Texto Anterior: Responsabilidade nem sempre é só do dono Próximo Texto: Cocaína é apreendida após tiroteio Índice |
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