São Paulo, sábado, 15 de novembro de 1997 |
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Títulos cambiais já totalizam R$ 27,2 bi
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA Para tranquilizar o mercado no início da crise global, o governo foi obrigado a vender R$ 7,390 bilhões em títulos públicos corrigidos pela variação cambial, segundo o Banco Central.Além dos juros, o investidor que comprou esses papéis recebe proteção contra uma eventual aceleração na desvalorização do real. Com essas vendas, aumentou em 37,33% o total em circulação de títulos públicos corrigidos pelo câmbio. Em setembro, havia R$ 19,793 bilhões desses papéis no mercado. O total saltou para R$ 27,183 bilhões em outubro. Assim, os títulos atrelados ao dólar passaram a representar 13% da dívida interna, incluindo juros. Em novembro, o governo mantém a estratégia de vender papéis corrigidos pelo câmbio. Na próxima segunda-feira, por exemplo, estão marcados leilões de venda de R$ 5 bilhões em títulos atrelados ao dólar. Durante esta semana, o governo promoveu outros três leilões de títulos cambiais do Banco Central, em um total de R$ 1,5 bilhão. A grande procura por esses papéis é um indicador de que ainda não passou a preocupação dos investidores com uma eventual desvalorização do real. Com os novos leilões, a participação dos papéis cambiais na dívida interna chega mais perto de 20% -nível que o México se encontrava em 1994, quando sua crise externa foi desencadeada. Para o chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Altamir Lopes, a participação dos títulos cambiais no total da dívida interna não é um indicador absoluto da vulnerabilidade do país. "É preciso considerar os vencimentos. Se os vencimentos são escalonados, como no Brasil, não há problema. O que não pode haver é concentração", disse Lopes. Segundo ele, em 1994 o México carregava papéis com vencimento concentrado em períodos inferiores a um ano -daí a dificuldade em fazer sua rolagem. No caso brasileiro, apenas R$ 11,958 bilhões têm vencimento no próximo ano, segundo o Banco Central. Outros R$ 9,949 vencem em 1999 e os demais nos anos seguintes. Texto Anterior: Abav espera menor vinda de estrangeiros Próximo Texto: Sai o decreto que corta em 20% os gastos Índice |
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