São Paulo, sábado, 15 de novembro de 1997 |
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A MORTE DE LOBATO "O telégrafo implacável nos traz a notícia do falecimento de Monteiro Lobato, o conhecido autor dos 'Urupês'. Uma das fatalidades de que sofre a literatura nacional é essa das Parcas impacientes abandonarem no começo o tecido de certas vidas brasileiras que se anunciavam belas e úteis. Muitos literatos têm dessa maneira partido pro esquecimento em plena juventude mal deram com a obra primeira o vislumbre gentil do seu talento e possibilidades futuras. (...) Como a morte nos afasta e nos diminui na distância! Como ela nos reduz a proporções verdadeiras nessa revelação exata das entidades que é o avanço da putrefação e dos vermes! (...) Nada se nos apresenta de mais carinhosamente pesaroso que estas considerações saudosas agora que temos o coração sangrado e os olhos mojados de lágrimas com o infausto passamento de Monteiro Lobato, o conhecido autor dos 'Urupês'." Trecho de "Post-Scriptum Pachola", artigo que Mário de Andrade publicou em 13 de maio de 1926, decretando a morte de Monteiro Lobato. No início do texto, quando cita as "Parcas impacientes", o poeta está se referindo às três deusas gregas que teciam e cortavam o fio da vida Texto Anterior: "Há de tudo na vida, até mortos que escrevem aos matadores" Próximo Texto: Polêmica ainda sobrevive entre críticos Índice |
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