São Paulo, domingo, 16 de novembro de 1997
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Conselho elege prefeito-adjunto em Paris

MARIANE COMPARATO
DE PARIS

Além de um prefeito, Paris tem 20 prefeitos-adjuntos. A eleição não é direta: a população elege 517 conselheiros. Desses, 163 são membros do "Conselho de Paris" e 354 são conselheiros distritais. As eleições municipais são em dois turnos.
A eleição do prefeito e dos prefeitos-adjuntos -que pertencem ao conselho- se dá entre membros do órgão colegiado.
"Com a descentralização, ficava mais fácil gerenciar uma cidade do porte de Paris", explica o jornalista Edouard Bailby.
Paris foi então dividida em 20 distritos, cada um com um prefeito subordinado ao prefeito da cidade. A lei, de 31 de dezembro de 82, aplica-se também às cidades de Lyon e Marselha.
O mandato do prefeito e de seus adjuntos dura seis anos. A subprefeitura do 15º distrito, por exemplo, é chefiada atualmente pelo ex-primeiro-ministro Edouard Balladur.
Em Paris, o prefeito não tem poder policial: há um "governador de polícia", que cuida de toda a região da Ile-de-France, à qual pertence Paris. Ele tem um orçamento separado, aprovado pelos membros do Conselho de Paris.
O ex-funcionário do governo Vichy Maurice Papon -que está sendo julgado por "crimes contra a humanidade"- foi governador da polícia de Paris de 1958 a 1966.
Os prefeitos-adjuntos preparam o orçamento de seu distrito, também submetido ao Conselho de Paris.
A cidade, que tem pouco mais de 2 milhões de habitantes, era considerada grande demais para ter um só prefeito.
"Acho ótimo ter um prefeito só para o distrito onde moro. Outro dia, tive que renovar o meu passaporte e não levei mais do que três minutos", diz Edouard Bailby. Ele conta que, antigamente, havia apenas um local para todos os pedidos, no centro da cidade, e que levava horas para ser atendido.
Já o estudante de história Raphael Lavanchy, 24, acha que nem sempre o serviço é mais rápido. Segundo ele, há falta de pessoal para atender aos moradores. "A vantagem é que o prefeito-adjunto vai poder se ocupar dos assuntos com mais dedicação. Se houvesse um só prefeito, seria pior", diz.

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