São Paulo, domingo, 16 de novembro de 1997
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Peão de obra corre mais risco de acidentes

DA REPORTAGEM LOCAL

Uma dieta pobre, somente à base de farinha, arroz e feijão, é inimiga dos trabalhadores braçais.
Segundo o Senconci-SP (Serviço Social da Construção e do Mobiliário do Estado de São Paulo), entidade sem fins lucrativos que presta assistência médica aos operários da construção civil, a má alimentação é uma das principais causas de acidentes do trabalho.
O operário, segundo Antônio Kitt Hermann, 42, presidente do Centro de Estudos do Seconci-SP, fica várias horas sem comer e também quase não ingere glicose, fundamental para manter a atenção e garantir reflexos rápidos.
Proteínas e carboidratos, presentes na carne e na batata, e importantes para a força muscular, passam longe do prato dos peões.
Em 90% das obras, a célebre marmita de arroz com feijão ainda é a ração básica dos 532 mil operários que trabalham na construção civil no Estado de São Paulo.
Mas essa realidade começa a dar sinais de mudança. Na Método Engenharia, por exemplo, os operários comem também carne, salada e frutas, além de arroz e feijão.
O operário Gérson Alves Botelho, 24, diz que come carne todos os dias em função dessa nova política de alimentação da construtura. Com salário de R$ 314, come só salada, arroz e feijão em casa.
Nos setores que exigem mão-de-obra especializada, os trabalhadores já conseguem interferir na composição das cestas básicas que levam para casa.
A Telesp (estatal de telecomunicações paulista) oferece, a pedido dos funcionários, uma cesta alternativa com duas latas de atum, um pacote de aveia, dois de gelatina e uma lata de ervilha, entre outros.
A Social Card, empresa de vale-refeição e vale-transporte, também traz uma novidade.
A partir do Natal deste ano, seus clientes poderão optar pelo cupom natalino, criado para substituir a cesta de final de ano. Com ele, os funcionários poderão escolher os produtos.

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