São Paulo, domingo, 16 de novembro de 1997
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Sorvete pode, mas churrasco e uísque, não

DA REPORTAGEM LOCAL

Em uma cascata de erros, o executivo, o auxiliar de escritório e o operário seguem hábitos alimentares que atrapalham a produtividade e podem causar doenças.
A avaliação é da consultora em nutrição Tânia Rodrigues, 36. Ela estudou o cardápio diário desses três grupos de trabalhadores e concluiu: todos se alimentam mal.
O executivo costuma comer muita gordura, presente na carne de churrasco e nas frituras, e começa o dia com o pé esquerdo, desprezando o café da manhã -uma importante refeição depois de um longo período sem comer.
As "happy hours", no final do expediente, são outra bomba para o organismo do executivo. É a hora dos uísques e aperitivos gordurosos, que, com o passar do tempo, podem acabar obstruindo veias e causando ataque cardíaco, já que o colesterol tende a aumentar.
"Mas não dá para dizer ao executivo para não beber ou esquecer os aperitivos, até porque isso faz parte da vida profissional dele", pondera a consultora.
A dica é trocar o uísque pelo vinho tinto, que combate a gordura, e preferir castanhas, nozes e amendoins, ricos em fibras, a frituras.
No almoço, um prato que combine salada a um bife magro de 150 gramas ou a uma posta de peixe é o ideal, por proporcionar cálcio, fibras, vitaminas e proteínas, que fazem o organismo funcionar bem.
Mais calorias
Já os operários precisam de alimentos com valor calórico maior, além de substâncias como ferro e zinco, importantes para a força muscular. O indicado é: feijão, arroz, carne ou peixe, salada e frutas.
Mas, em geral, a dieta do operário passa longe do ideal. A maioria come arroz, feijão e farinha, em grandes quantidades, o que retarda a digestão e diminui o fluxo de sangue para o cérebro.
Segundo o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), comer bem pesa no bolso.
Uma pessoa gasta pelo menos R$ 60 por mês para comer um prato diário de peixe, salada, arroz, batata e feijão. Quem come arroz, feijão e carne gasta quase a metade, R$ 35, e, sem carne, R$ 15.
No caso dos funcionários intermediários, que não ocupam cargos de chefia e fazem trabalho intelectual, o problema maior são os hábitos alimentares equivocados.
Para o especialista em qualidade de vida e médico Ignácio Nusbaum, 48, esse grupo deve deixar de comer alimentos inúteis, como biscoitos, que praticamente só têm açúcar. O ideal, segundo ele, é comer uma fruta e tomar um suco ou leite à tarde. No almoço, a sobremesa pode ser sorvete, rico em glicose, água e vitaminas. Esse grupo pode comer mais carne vermelha.

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