São Paulo, domingo, 16 de novembro de 1997
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"Populares" devem subir de 4% a 6%

DA REPORTAGEM LOCAL

Com o aumento do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), anunciado na semana passada, o mercado de veículos zero-quilômetro vive um clima de incertezas.
O mais provável é que os "populares", carros novos com motores de 1.000 cc, sofram um aumento de 4% a 6% a partir desta semana.
O aumento no IPI foi de cinco pontos percentuais. O imposto dos "populares" subiu de 8% para 13%. Nos modelos de luxo, o reajuste foi de 30% para 35%.
Alguns veículos, no entanto, sofrerão um aumento maior. É caso dos modelos que gozavam de privilégios por poluírem menos.
Carros que desenvolviam de 101 a 127 cavalos de potência e que eram dotados de injeção eletrônica de combustível (sistema menos poluidor que o carburador) abatiam 5% de IPI. Como hoje a maioria já faz uso desse equipamento, o desconto deixou de ser concedido.
Assim, modelos como Escort e Corsa 16V terão, na prática, um aumento de IPI de dez pontos percentuais, o que pode acarretar até 9% de aumento no preço final.
Mas o nacional mais prejudicado foi a VW Kombi. Esse modelo perdeu o status de "popular" e, por ainda fazer uso do antiquado carburador, o imposto passou de 8% para 35%. Revendedores estimam aumento de 15% nesse modelo.
Além disso, os modelos da Volkswagen devem sofrer o maior aumento, pois a montadora já pretendia reajustar seus preços antes da mudança do IPI.
Plantão
Por isso tudo, quem estiver interessado em adquirir um veículo zero-quilômetro deve aproveitar o plantão que a maioria das concessionárias de São Paulo faz hoje.
Nas revendas Ford, até hoje, a taxa de juros prefixada é a mesma de antes da queda da Bolsa (2,89% ao mês). Logo após a queda, essa taxa chegou a 4,5% em algumas concessionárias da marca.
Já a Fiat preferiu não apostar no clima pessimista do mercado e resolveu baixar a taxa de juros prefixadas, que caiu de 3,80% para 2,79% em financiamentos de até 24 meses. Porém, ao contrário da Ford, essa taxa deverá ser mantida.
Eufrásio Luiz, diretor da Eufrásio (Ford), calcula que, a partir de amanhã, os preços dos veículos novos deverão subir em média 4%.
Para ele, só as revendas que não conseguirem desovar todo o estoque até hoje poderão continuar praticando o preço "antigo".
Maier Gilbert, diretor da Diauto (VW), defende outra tese. Segundo ele, como as vendas tiveram queda na última semana (20% na sua concessionária), muitos revendedores terão de absorver pelo menos uma parte do aumento.
Alfio Ciarnuto, diretor de vendas da concessionária Pompéia Veículos (Chevrolet), acredita que o aumento possa chegar a 7%.

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