São Paulo, segunda-feira, 17 de novembro de 1997
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Green Day promete fazer shows no Brasil em 1998

CÉLIA ALMUDENA
DA REPORTAGEM LOCAL

O Green Day não é mais punk. O trio formado por Billie Joe (vocalista e guitarrista), Mike Dirnt (baixista) e Tre Cool (baterista) não abandonou o som cru e rápido de "Dookie", mas acrescentou novas sonoridades, como o rockabilly, ao recém-lançado "Nimrod.".
Além de "Nimrod." -uma gíria para "idiota", a banda tem ainda dois outros discos sendo lançados no Brasil, "Kerplunk" e "1039".
Entre um show e outro da turnê pelos EUA, o vocalista Billie Joe fez uma pequena pausa para falar, por telefone, com a Folha. Leia abaixo.
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GREEN DAY É PUNK? - "Representamos nós mesmos. Não tentamos representar alguém ou toda uma vertente musical, punk ou não. Acho que fazemos música Green Day e só. Não gosto de colocar classificação no que fazemos. Quando algumas pessoas dizem que somos punks, eu concordo. Mas quando outras dizem, não acredito que seja o mesmo tipo de punk que eu considero."

O ESTILO MORREU? - "Definitivamente, a mídia está desinformada sobre o underground. O som punk continua forte e crescendo."

ELES E OS OUTROS PUNKS - "Somos bem maiores que a maioria das bandas punks. Acho que há mais profundidade em nossa música. Não tocamos rápido apenas para sermos rápidos. Somos realmente bons, temos mais elementos cênicos, mais sensitividade e mais sensibilidade."

SOM COMERCIAL - "Obviamente, as outras bandas punks tocam para conseguir dinheiro. Acontece que eu toco música por prazer e para me divertir e ganho dinheiro ao mesmo tempo. Não é errado ganhar dinheiro. O punk nunca estabeleceu regras."

"NIMROD." - "São 18 músicas, o disco mais longo que fizemos. Também foi o processo mais longo que tivemos de composição, escrevemos 14 músicas. Tem muitas coisas diferentes e, ao mesmo tempo, muitas coisas que já fizemos no passado. É um grande disco. 'Scattered' e 'Good Riddance' são minhas faixas preferidas."

MENSAGEM - "Muitas das coisas que escrevo são como um jornal diário que faço. Por isso, a maioria das letras são sobre como me sinto e o que vejo no dia-a-dia. Sempre devemos passar algo, mesmo que seja uma mensagem pessoal, algo para dizer ao mundo. Se você não transmite uma mensagem, seu trabalho não dura."

BRASIL - "Não conheço nenhum som do Brasil, me desculpe. É um problema, na América raramente ouvimos coisas que não são americanas. Com certeza vamos ao Brasil no próximo ano. Recebemos muitas cartas de brasileiros. Acho que ir aí vai ser bem legal."

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