São Paulo, quinta-feira, 20 de novembro de 1997
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Maluf assegura 59 dos 70 votos prometidos

LUIZA DAMÉ; DENISE MADUEÑO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente do PPB, Paulo Maluf, não conseguiu cumprir a promessa de dar 70 votos favoráveis ao governo federal na votação da emenda da reforma administrativa. Maluf nem sequer conseguiu atingir a marca mais realista, confidenciada entre amigos, de 60 votos. Entre os 79 deputados pepebistas, 59 votaram sim.
"Sou aliado do governo, mas não tenho alinhamento automático. Não voto contra servidor público", disse Jofran Frejat (DF), vice-líder do PPB. Apesar do apelo de Maluf, Frejat votou contra.
O PFL não conseguiu colocar todos os seus 110 deputados no plenário, mas os 104 presentes votaram a favor (94,5% da bancada).
O painel mostrou que a rebelião dos deputados do PFL do Amazonas foi resolvida depois da intervenção do líder Inocêncio Oliveira (PE). O governador do Estado, Amazonino Mendes (PFL), estava revoltado com o corte nos incentivos fiscais para a região incluído no pacote fiscal do governo.
O prefeito de Contagem (MG), Newton Cardoso (PMDB), tentou convencer os deputados mineiros Armando Costa (PMDB), Marcos Lima (PMDB) e Philemon Rodrigues (PTB), mas não teve sucesso. Os três votaram contra.
Philemon chegou a discutir seu voto com o líder do PTB, Paulo Heslander (MG). "Inocêncio me tirou da comissão da medida provisória 1.597 (do pacote fiscal do governo). É pau lá e pau cá. Eu vou votar contra", gritou.
Inocêncio, que cedeu as vagas na comissão para o PTB, disse que não atenderia a chantagens. Heslander fez um apelo pessoal a Philemon. Este, porém, manteve seu voto contrário. De 23 petebistas, 16 votaram a favor.
O PSDB deu mais votos ao governo do que o esperado pelo líder Aécio Neves (MG). De 96 deputados, 92 votaram a favor (95,8%), 2, contra, e 2 não compareceram.
O PPB e o PMDB foram os partidos da base aliada ao presidente Fernando Henrique Cardoso que mais apresentaram dissidências. No PMDB, de 86 deputados, 15 ficaram contra a reforma (17,44%). No PPB, 25,32% votaram contra ou não compareceram.
(LUIZA DAMÉ e DENISE MADUEÑO)

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