São Paulo, quinta-feira, 20 de novembro de 1997
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Bispos criticam meios de comunicação

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Membros do Sínodo dos Bispos para as Américas criticaram ontem, no Vaticano, a forma pela qual os meios de comunicação latino-americanos noticiam a atuação da Igreja Católica na região.
Desde o início da semana, religiosos de todos os países da América estão reunidos no Vaticano em evento inédito coordenado pelo papa João Paulo 2º.
Na reunião da manhã de ontem, o maior crítico da atuação dos meios de comunicação foi o bispo de Ibagué (Colômbia), Juan Francisco Sarasti Jaramillo.
"A campanha claramente percebida na América Latina contra a unidade da fé católica e contra a influência social da Igreja obriga esta a incrementar e qualificar sua presença nos meios", afirmou.
Segundo o bispo, vencer a resistência dos meios de comunicação seria o único caminho para lograr "uma nova evangelização para o terceiro milênio".
Jaramillo acredita que a igreja deva revisar suas atitudes frente aos meios de comunicação e ao uso de novas tecnologias.
Uma das causas da possível campanha seria a falta de transparência da própria Igreja Católica, de acordo com os religiosos.
Para o bispo de San Isidro (Argentina), Alcides Jorge Pedro Casaretto, a igreja está "chamada a aprender muito com o mundo das comunicações".
"A excessiva discrição com que a igreja tratou determinados temas faz com que hoje ela seja vista negativamente por ditos meios."
Ética
Um encíclica do papa sobre a ética e globalização da economia foi pedida pelo bispo de Torreón (México), Luis Morales Reyes, ontem.
Nas 45 intervenções feitas pelos religiosos até ontem, várias ressaltavam a necessidade de o papa se pronunciar sobre a globalização.
"A palavra do papa será decisiva para orientar positivamente esse processo para o bem-estar de todos os homens", disse Reyes.
Segundo o bispo mexicano, o processo de globalização representa "um desafio para os esforços da evangelização".
"Os efeitos (da globalização) sobre a consciência individual, as relações interpessoais, a cultura e a organização humanas são múltiplos e serão ainda mais evidentes no futuro", afirmou.

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