São Paulo, quinta-feira, 20 de novembro de 1997
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Votação reúne nove governadores em Brasília

FERNANDO RODRIGUES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Pelo menos nove governadores, além dos ex-governadores Paulo Maluf e Newton Cardoso, estiveram ontem em Brasília para cabalar votos a favor da aprovação da reforma administrativa.
Estavam na capital os seguintes governadores de Estado: Albano Franco (PSDB-SE), Amazonino Mendes (PFL-AM), Dante de Oliveira (PSDB-MT), Eduardo Azeredo (PSDB-MG), Jaime Lerner (PFL-PR), José Maranhão (PMDB-PB), Mário Covas (PSDB-SP), Paulo Souto (PFL-BA) e Tasso Jereissati (PSDB-CE).
Esses governadores queriam ajudar o governo na votação. Alguns deles se cruzaram pelos corredores do Congresso. Mesmo inimigos como Maluf e Amazonino Mendes trocavam cumprimentos.
O importante era conseguir provar que estavam sendo úteis na votação. Para poder cobrar esse favor do governo a partir de hoje.
A ajuda foi relativa ou pequena em alguns casos. Paulo Souto, da Bahia, seria dispensável. A bancada baiana é comandada pela família do líder do governo na Câmara, Luís Eduardo Magalhães (PFL).
A presença de Dante de Oliveira causou risos em alguns governistas. Ele tem fama de comandar apenas um voto da bancada. Albano Franco é outro que conquistou um voto para o governo, embora com muito trabalho. Nomeou o deputado Wilson Cunha (PTB-SE), que era contra a reforma, como secretário para Assuntos Parlamentares. Seu suplente era a favor.
Troca de favores
O que todos os governadores pretendiam com a presença em Brasília era garantir um lugar entre os que são considerados operadores efetivos do governo.
Raciocinaram que uma vitória da reforma administrativa os colocaria como parceiros do Palácio do Planalto no momento de crise por que passa o país. Essa atuação dos governadores os credenciará na hora de negociar pendências com o presidente Fernando Henrique Cardoso e a equipe econômica.
A reivindicação básica para alguns governadores é uma alteração na Lei Kandir, que reduziu as receitas tributárias dos Estados.
Amazonino Mendes está em Brasília com uma idéia fixa. Quer modificar o pacote fiscal do governo no item em que são cortados os incentivos fiscais para as regiões Norte e Nordeste.
Provando a influência
Paulo Maluf tinha uma razão bem definida para estar em Brasília. Precisava provar a FHC que tem influência real sobre a bancada do PPB. Governistas, sobretudo os do PSDB, sempre duvidaram da ascendência de Maluf sobre os deputados pepebistas.
Ao provar sua força, Maluf calcula que terá como melhorar sua presença junto ao presidente nos períodos que antecederem outras votações de reformas.
Na mesma posição estava Newton Cardoso, prefeito de Contagem. Conhecido por Newtão pelos políticos, tem contestada sua influência sobre a bancada mineira.

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