São Paulo, quinta-feira, 20 de novembro de 1997
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Onda de assaltos leva Rota a condomínio

OTÁVIO CABRAL
DA REPORTAGEM LOCAL

Uma onda de assaltos e tentativas de sequestros levou um pelotão da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar) a cuidar do policiamento da Granja Viana, bairro com 67 condomínios residenciais e 25 mil habitantes em Cotia (35 km de SP). É a primeira vez que a Rota patrulha um condomínio.
Apenas no mês de outubro, segundo a PM, aconteceram 38 sequestros relâmpagos bem ou malsucedidos na região. Nesse tipo de crime, os assaltantes tomam a vítima como refém para levá-la a caixas eletrônicos e sacar dinheiro. No mês anterior, foram 12 casos.
A maioria dos condomínios da Granja Viana é de alto padrão, habitado por pessoas que saíram da capital para fugir da violência.
Seus moradores, na maioria, são profissionais liberais que trabalham em São Paulo e viajam diariamente para os condomínios.
A maior parte dos assaltos ocorre à noite e pela madrugada nas estradas que ligam a rodovia Raposo Tavares aos condomínios.
A Rota começou a estar presente na Granja Viana no início do mês. Pelo menos três vezes por semana, um pelotão composto por 24 homens em seis carros percorre as ruas onde ocorrem mais assaltos.
A Rota foi chamada pelo comando do 20º Batalhão da PM, responsável pelo policiamento de Cotia. "Ficamos espantados com o aumento da violência e pedimos reforço. A Granja sempre foi um lugar calmo, um paraíso, e agora estava começando a se transformar em um local perigoso", afirmou o major Wallace Ferreira, subcomandante do batalhão.
Além do auxílio da Rota, o batalhão também está fazendo operações especiais no bairro pelo menos uma vez por semana.
Em conjunto com a Polícia Rodoviária, a PM também está realizando bloqueios em busca de armas na rodovia Raposo Tavares, principal acesso aos condomínios.
Independente da ação da polícia, a população da Granja Viana está procurando meios de combater a violência, contratando seguranças armados, promovendo escolta de moradores e recolhendo dinheiro para ajudar a polícia.
A PM atribui o grande número de assaltos nos condomínios ao aumento do policiamento na cidade de São Paulo. Isso teria obrigado os criminosos a mudar a área de atuação e procurar os condomínios de alto poder aquisitivo.
"É possível que essa onda esteja relacionada ao aumento do policiamento em São Paulo", disse o major Ferreira. O apoio da Rota deve continuar pelo menos até o final do mês. "No final do mês, vamos ver se a criminalidade caiu. Se continuar alta, vamos manter o pelotão", disse o major Ivens Catalano, subcomandante da Rota.

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