São Paulo, quinta-feira, 20 de novembro de 1997
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Doença avança em cidade pequena

DO ENVIADO ESPECIAL

A Aids está fazendo cada vez mais vítimas entre as mulheres mais pobres, entre as menos escolarizadas, as mais jovens e aquelas que moram em cidades menores. Embora 80% dos doentes estejam em cem grandes municípios, o avanço maior acontece nas pequenas cidades.
Os dados foram divulgados por Rebeca Otero, responsável pela epidemiologia da Coordenação de DST-Aids do Ministério da Saúde.
As novas tendências da Aids no país foram tema da conferência de Pedro Chequer, coordenador do Programa de DST-Aids do Ministério da Saúde e presidente do congresso que acontece em Brasília.
Segundo seus números, a proporção entre homens e mulheres doentes, que é de 3 para 1 no conjunto do país, cai para 1,8 para 1 nas regiões mais pobres e entre as mulheres de pouca escolaridade.
A idade das mulheres também cai com o tamanho das cidades: nos centros urbanos com mais de 1 milhão de habitantes, a mediana de idade está acima de 30 anos. Nas cidades menores, a idade média fica entre 27 e 28 anos.
Outra constatação é que a infecção por droga injetável faz mais danos do que os números revelam à primeira vista. Pelas tabelas oficiais, 23.750 dos 116.389 casos notificados -ou 27,6%- pegaram Aids compartilhando seringas.
Mas, do total de mulheres que pegaram Aids em relações heterossexuais -que são 45,9% do total delas-, 27% se infectaram com parceiros que se contaminaram usando drogas. Entre as soropositivas que são mães, 78% se contaminaram em relacões heterossexuais. Entre os parceiros dessas mulheres, 58,9% pegaram Aids usando drogas.
Cruzados os números e as linhas de contaminação, pode-se estimar que a droga é responsável por mais da metade dos casos de Aids.

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