São Paulo, quinta-feira, 20 de novembro de 1997
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Pacote vai aumentar desemprego, diz Malan

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

As medidas adotadas recentemente pelo governo brasileiro para evitar um ataque especulativo contra o real vão reduzir o nível de atividade econômica e podem inclusive aumentar o nível de desemprego nos próximos meses, disse ontem o ministro da Fazenda, Pedro Malan.
"O ponto é o seguinte: tem custo sim o que estamos fazendo. Vou falar francamente: vamos ter retração no nível de atividade nos próximos meses. É possível que tenhamos aumento do desemprego nos próximos meses", disse ele.
Em seguida, Malan afirmou: "O que eu quero dizer é que esses custos são menores do que os que teríamos se não tivéssemos resistido ao ataque que sofremos".
Desde que começou a crise nos países do Sudeste Asiático, o governo elevou as taxas de juros básicas da economia -aumentando o custo do dinheiro- e anunciou um pacote fiscal, que inclui aumento do Imposto de Renda, corte de gastos públicos e elevação de tarifas.
Quando anunciou o pacote fiscal, o governo reviu para baixo a taxa de crescimento do PIB para 98. Passou de 4% para 2%.
Malan disse que a desaceleração econômica deverá ser a mais breve possível. Mesmo assim, evitou fazer estimativas sobre quando será reduzida a taxa de juros, mas ontem mesmo o BC já reduziu a taxa básica para dezembro.
Segundo ele, o governo não é infalível e ainda não é possível afirmar que a crise iniciada nos países do Sudeste Asiático já tenha acabado. Hoje, disse ele, a economia brasileira é acompanhada em tempo real.
Malan disse que o déficit (importações maiores que as exportações) na balança comercial deve fechar o ano abaixo de US$ 9 bilhões e será bem menor no próximo ano.

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