São Paulo, quinta-feira, 20 de novembro de 1997 |
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Redução da jornada não entra na pauta
CLÓVIS ROSSI
"A União Européia não recomendará a seus membros aplicar de forma generalizada a semana de 35 horas, como o fizeram França e Itália", diz Padraig Flynn, comissário (uma espécie de ministro) para Assuntos Sociais. Completa Flynn: "Certamente não é a panacéia contra o desemprego". Mesmo a principal defensora das 35 horas semanais na França, Martine Aubry, ministra do Emprego e da Solidariedade, concorda: "Por si só, a redução não é uma receita". Os sindicatos pensam o contrário. Hoje, como contraponto à cúpula, um conglomerado de organizações sindicais, políticas e não-governamentais promove a segunda edição das "Marchas Européias contra o Desemprego, a Precariedade e a Exclusão". A manifestação pedirá "redução maciça do tempo de trabalho, com a criação dos empregos correspondentes", sem contar uma ampla lista de outros pontos. O patronato, como previsível, rejeita a idéia das 35 horas. "Não está madura", diz François Perigot, presidente da Unice (a central empresarial européia). Para o equivalente sindical de Perigot, a frase já é um alento: "O importante é que o tema continue sobre a mesa de discussões e tenha deixado de ser tabu", diz Emilio Gabaglio, secretário-geral da CSE (a central sindical européia). Tanto continua sobre a mesa que os governos italiano e francês decidiram, no mês passado, transferir para o âmbito europeu a discussão sobre as 35 horas que os dois países transformarão em lei. O fato de a Europa discutir o tema só demonstra a ineficácia da arma clássica para aumentar emprego (crescimento econômico). Os 15 países da UE devem crescer 3% em 1998 e manter um nível similar até o fim do século, pelas previsões da Comissão Européia. Mas esses números positivos se traduzirão na criação de apenas 3,8 milhões de empregos até 2000. Resultado: o desemprego cai dos atuais 10,6% para 9,7%. Só. (CR) Texto Anterior: A luta contra o desemprego Próximo Texto: Busca da '3ª via' ressurge Índice |
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