São Paulo, sexta-feira, 21 de novembro de 1997 |
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PC do B nega adesão imediata a Lula
CARLOS EDUARDO ALVES
Em reunião ontem com Lula e parte da cúpula petista, a direção do PC do B rejeitou apoiá-lo imediatamente, como o PT queria. "O quadro político ainda não se esgotou, e é melhor adiar um pouquinho mais", disse o presidente do PC do B, João Amazonas. O presidente do PT, José Dirceu, agendou a reunião em caráter de urgência com os comunistas para tentar consolidar a frente de esquerda (PT, PSB, PDT e PC do B) em torno de Lula. O PC do B sonha com uma candidatura da ala antigovernista do PMDB, embora não descarte a opção Lula. Nas conversas com o PT, os liderados de Amazonas consideram março o mês ideal para a definição. O problema é que, dos três potenciais aliados, o PT praticamente já perdeu o PSB, e o PC do B reluta. O PDT é o mais próximo, mas Leonel Brizola exige que o PT apóie Anthony Garotinho na eleição para o governo fluminense. Em troca, subiria no palanque de Lula. "Vamos analisar a posição do PC do B na reunião do Diretório Nacional nos dias 29 e 30", disse Dirceu, com expressão desanimada. A dificuldade de formar uma coligação de esquerda para sustentar uma candidatura de Lula pode levar o PT a não fechar oficialmente a chapa presidencial na convenção extraordinária do partido, marcada para os dias 13 e 14 de dezembro. A hipótese ainda é remota, mas não pode ser descartada. O dirigente petista tentou se animar com as declarações de Amazonas favoráveis à manutenção da frente dos partidos de esquerda. Não conseguiu esconder, porém, que a negociação com o PSB está cada vez mais difícil. "O PSB fala em candidaturas de Ciro Gomes (PPS), Itamar Franco (PMDB) e Cristovam Buarque (PT), e aí a conversa é mais complexa", afirmou. Dirceu atacou a ex-prefeita paulistana Luiza Erundina (PSB), que dissera preferir a candidatura de Ciro. "Ela (Erundina) não perde oportunidade de se manifestar sobre o PT e Lula em público e nas conversas privadas." Brizola Lula e Brizola se encontram hoje em Florianópolis (SC). Os dois líderes participam de um seminário de partidos de esquerda que tentam uma chapa unitária para a disputa do governo catarinense. O evento terá ainda representantes do PPS, PSB, PC do B e PV. Ciro Gomes não estará na reunião. Depois do evento, Lula e Brizola vão comandar uma caminhada pelas ruas do centro da cidade. Colaborou a Agência Folha, em Florianópolis Texto Anterior: Maluf tenta capitalizar a vitória governista Próximo Texto: Governo oferece crédito a agricultores; Incra de Marabá critica assentamentos Índice |
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