São Paulo, sexta-feira, 21 de novembro de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Mendonça de Barros admite que taxa de juros caiu pouco

LUIZ CINTRA
ENVIADO ESPECIAL AO RIO

A redução da taxa básica de juros, decidida na noite de quarta-feira, foi uma espécie de contrapartida do governo à aprovação, pelo Congresso, da reforma administrativa. Serviu ainda para sinalizar ao mercado a trajetória que deverá ser seguida daqui em diante.
A avaliação foi feita ontem pelo secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, José Roberto Mendonça de Barros, depois de participar do 17º Encontro Nacional de Comércio Exterior, organizado no Rio de Janeiro pela AEB (Associação de Comércio Exterior do Brasil).
"A redução dos juros será tanto mais rápida quanto mais rápida for a aprovação do conjunto das reformas. Ontem houve avanço em várias áreas, inclusive nas expectativas (do mercado financeiro)", afirmou o secretário.
Mendonça de Barros é o primeiro a admitir que a redução dos juros foi pequena.
Segundo ele, justamente por isso, o fluxo de dólares para o país -que continua negativo no mês de novembro- não deve piorar.
Na avaliação do secretário, a entrada de dólares para o país pode inclusive aumentar, já que teria o efeito de melhorar as expectativas dos investidores internacionais com relação à economia brasileira.
Neste início de mês, o fluxo de dólares para o país continua negativo, ou seja, continuam saindo mais dólares do que entrando. O déficit já ronda US$ 2 bilhões.
Mendonça de Barros considera que à medida que os investidores perceberem que o governo brasileiro está tomando as medidas corretas e que o plano está garantido essa situação deverá se normalizar.
"A entrada de recursos vai depender muito mais das expectativas do que do nível da taxa de juros. A relação não é assim unívoca, instantânea, quando a queda dos juros é pequena", disse.
Ele afirmou ser preciso ter "calma e esperar a passagem do tempo", inclusive para as novas regras dos ACCs darem resultado.

Texto Anterior: Santander está otimista com o futuro da economia brasileira
Próximo Texto: O que diferencia o Brasil da Ásia
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.