São Paulo, sexta-feira, 21 de novembro de 1997
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BC emprestou R$ 6,56 bi a bancos no auge da crise

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Banco Central emprestou aos bancos, por meio de sua linha de assistência financeira, R$ 6,566 bilhões em outubro, quando explodiu o crash global.
Os empréstimos tiveram o objetivo de restaurar a liquidez (quantidade de reais disponíveis) no mercado, comprometida em razão da compra de dólares junto ao BC -só no dia 28 de outubro, o BC vendeu US$ 9,4 bilhões de suas reservas, recebendo R$ 10,5 bilhões.
Os dados foram divulgados ontem pelo BC e mostram como o mercado financeiro se comportou no mês passado. O momento mais tenso foi mesmo o dia 28, quando o BC foi obrigado a fazer sete leilões de venda de dólares.
O valor emprestado aos bancos em outubro foi o maior desde abril, quando o BC liberou pelas chamadas linhas de redesconto R$ 7,221 bilhões.
Pelos dados do BC, os bancos elevaram, por mecanismos diversos, suas disponibilidades em reais em R$ 13,485 bilhões somente nos dias 28, 29 e 30 de outubro.
Eles sacaram das reservas bancárias (espécies de contas correntes junto ao BC) R$ 5,941 bilhões, resgataram R$ 1,968 bilhão em títulos e tomaram empréstimos no BC de R$ 5,576 bilhões.
Bancos de investimento, principalmente, perderam dinheiro em aplicações feitas em Bolsas de Valores no exterior. No final do mês passado, houve boatos de bancos com dificuldades de caixa.
Foi nesse momento que o BC entrou com as linhas do redesconto para evitar alguma quebra.
Em todo o mês de outubro, o BC recomprou R$ 3,779 bilhões em títulos prefixados para possibilitar que os bancos pudessem melhorar sua situação financeira. Quando um banco vende um título federal ao BC, recebe reais em troca.

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