São Paulo, sexta-feira, 21 de novembro de 1997
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Superávit de 1,5% do PIB está distante

Em setembro, índice foi de 0,68%

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo se distanciou do objetivo de obter o superávit de 1,5% do PIB (Produto Interno Bruto) em suas contas, excluindo dessa meta os gastos com juros.
As contas públicas pioraram em setembro pelo chamado critério primário (que desconsidera as despesas financeiras). O superávit primário caiu de 0,80% do PIB em agosto (R$ 6,653 bilhões) para 0,68% do PIB (R$ 5,751 bilhões).
Ontem, o chefe do departamento econômico do Banco Central, Altamir Lopes, não quis fazer previsões para os próximos meses.
Mas, segundo ele, diante das medidas anunciadas pelo governo, é possível chegar a esse resultado. Com o pacote fiscal, o governo pretende melhorar suas contas em R$ 20 bilhões.
O déficit público, ao lado da perda de dólares pelas contas externas, é uma das principais ameaças ao Plano Real.
O governo precisa elevar seu superávit primário para poder pagar os juros da dívida, que consomem o equivalente a 5,28% do PIB (R$ 44,4 bilhões anuais).
Ou, pelo critério operacional, que só leva em conta os juros acima da inflação, o pagamento de juros consome 3,41% do PIB (R$ 28,69 bilhões anuais).
No começo do governo FHC, a equipe econômica previa déficit operacional zero para todo o mandato do presidente -ou seja, acreditava-se que o superávit primário seria suficiente para cobrir o pagamento de juros reais.
Entretanto, logo em 95, quando houve o primeiro ataque especulativo contra o real, o governo foi obrigado a elevar os juros e os gastos com os encargos da dívida dispararam. O mesmo aconteceu no último mês. Por isso, espera-se que as despesas com juros subam muito nos próximos meses.

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