São Paulo, sexta-feira, 21 de novembro de 1997 |
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Palmeiras adota aditivos na reta final
ALEXANDRE GIMENEZ
Desde o início desta etapa do torneio, os atletas estão usando, por quatro vezes ao dia, um suplemento alimentar que contém uma substância chamada creatina. "Alguns trabalhos acadêmicos mostram que a creatina pode ser administrada por um tempo para melhorar a performance muscular dos atletas. Faz um efeito protetor, pois repõe uma substância que já existe no músculo", afirmou Ivan Piçarro, fisiologista do Palmeiras e professor-doutor da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo). Segundo o fisiologista, a creatina evita lesões e pode aumentar a velocidade e força dos músculos. "Infelizmente, os estudos não mostram exatamente o ganho de performance", disse. Piçarro afirmou que a creatina pode ser usada apenas por 15 a 20 dias. Depois disso, perde o efeito. "É por isso que usamos somente agora, na fase decisiva do Brasileiro", afirmou. Além das limitações naturais, o alto custo do tratamento é outro problema. "Gastamos R$ 5.000 com o programa." Além da creatina, os palmeirenses usam outras substâncias para minimizar o desgaste muscular (veja quadro abaixo). O técnico do Palmeiras, Luiz Felipe Scolari, aprova o trabalho do departamento de fisiologia do clube. "Vejo o resultado prático do trabalho dentro de campo. Com isso, posso exigir um pouco mais dos meus atletas." O treinador disse que não pensou em mudar a equipe de fisiologistas quando assumiu o Palmeiras, na metade deste ano. "Você tem informações sobre os times que enfrenta durante o campeonato e sobre como eles funcionam. Já sabia da competência deles e estou satisfeito com o trabalho desenvolvido atualmente." O preparador físico Paulo Paixão disse que o uso da creatina ajuda na performance da equipe. "Fizemos um trabalho parecido no Grêmio. Em 98 jogos no ano passado, tivemos poucos problemas musculares." Jogadores Os atletas palmeirenses afirmam que já estão sentindo uma melhora física com a suplementação alimentar desenvolvida pelo departamento de fisiologia do clube. "A recuperação muscular é mais rápida, e as lesões diminuem. Não é um efeito visível", disse o goleiro Velloso. O atleta disse que houve uma certa resistência dos atletas no início do programa. "Isso mudou. Hoje, 95% aceitam bem." "Sinto menos dores musculares. É muito bom, principalmente por ser final de temporada", disse o meia Galeano. Texto Anterior: Tupãzinho vira ídolo em Minas Próximo Texto: Fisiologista não vê perigo de doping Índice |
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