São Paulo, sexta-feira, 21 de novembro de 1997
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'Um Sorriso como o Seu' só faz adiar final previsível

CECÍLIA SAYAD
DA REDAÇÃO

Conhecer o final da história logo nos primeiros minutos de um filme não é, necessariamente, um problema. Vide o clássico "O Crepúsculo dos Deuses", de Billy Wilder, que começa com um narrador anunciando seu próprio assassinato. Todos sabem que ele vai morrer, mas o que é importante é o desenvolvimento da trama que vai culminar no crime.
Em outros casos, no entanto, torna-se problemático. Não que este "Um Sorriso como o Seu", que estréia hoje, tenha um daqueles roteiros-charada à la "Os Suspeitos", de Bryan Singer, onde o que segura o espectador é a expectativa de desvendar o crime. Nem poderia, uma vez que se trata de uma comédia romântica.
O que é ruim no filme de Keith Samples não é nem o fato de o final ser previsível, mas de a história não passar de uma série de episódios que adiam aquilo que todos sabem que vai acontecer. E de forma entediante.
Jennifer e Danny são um casal louco para ter um bebê. Para garantir intensa produtividade, ela cria um afrodisíaco e passa a atacar seu marido em elevadores.
É desnecessário dizer que a história tem final feliz. Porém, o diretor cria uma série de situações que tentam dar a impressão de que algo pode mudar o rumo das coisas.
Uma potencial amante à qual o bravo Danny resiste e a possibilidade de ele ser estéril são algumas delas. Que, além de servirem como veículo para moralismos típicos do cinema voltado para "famílias", só enganam quem merece.

Filme: Um Sorriso como o Seu
Produção: EUA, 1997
Direção: Keith Samples
Com: Greg Kinnear, Lauren Holly, Joan Cusak
Quando: a partir de hoje, nos cines Market Place 3, Eldorado 3, Liberty e circuito

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