São Paulo, sexta-feira, 21 de novembro de 1997 |
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Marcha rouba a cena no primeiro dia
CLÓVIS ROSSI
Reuniu um número estimado em 20 mil manifestantes, de diferentes países, enquanto os governantes dos países da UE (União Européia) começavam a chegar para a Cúpula Social. Foi a segunda edição das "Marchas Européias contra o Desemprego, a Precariedade e a Exclusão", que estrearam em junho deste ano, em Amsterdã, durante a cúpula habitual de fim de semestre da UE. Diferentemente daquela, a marcha realizada ontem foi predominantemente sindical, com presença modesta de organizações de outros tipos. A faixa que abria a marcha trazia apenas um número: 18.212.500. Alusão ao número de desempregados nos 15 países da União Européia, mas algo desatualizada: pelas mais recentes estatísticas da Comissão Européia, os desempregados são 17,9 milhões. "Europa pelo emprego", pediam cartazes em português, espanhol, francês, alemão, grego, flamengo e holandês. Mas a reivindicação de uma jornada de trabalho menor (35 horas semanais) também ganhou grande destaque, com uma faixa até em grego solicitando-a. Competia com outra, mais radical, a das 32 horas. Sempre sem redução dos salários. Samba francês A delegação da central sindical francesa CFDT foi, de longe, a mais numerosa e a mais organizada, quase uma mini-escola de samba desfilando pelas ruas do grão-ducado de Luxemburgo. Abria com trabalhadores vestidos de mineiros e que usavam simulacros de bastões de dinamite, que só soltavam fumaça. Atrás do carro do som, uma espécie de bateria, em que os tambores eram, literalmente, tambores (de óleo). Serviam para marcar o ritmo sincopado do "olê/olê/olá/Europe/Europe/pour l'emploi" (Europa pelo emprego). As "Marchas" anunciam sua transformação em uma rede internacional cujas reivindicações ultrapassam, em muito, a questão do emprego. Elas pedem também "um rendimento que permita a todos viver decentemente e uma redistribuição de riquezas, no quadro de uma Europa democrática, aberta, solidária, ecológica, sem discriminação, sem racismo, sem machismo nem fronteiras". (CR) Texto Anterior: Punição seria moral e eleitoral Próximo Texto: Estudo aponta pistas para a vacina contra o vírus HIV Índice |
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