São Paulo, domingo, 23 de novembro de 1997 |
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Náutico firma convênio com italianos
FÁBIO GUIBU
O acordo envolve 800 garotos de 8 a 16 anos, selecionados por lideranças de três comunidades carentes da periferia de Recife. Os meninos receberão camisas, meias e calções da Internazionale, fabricados pela Umbro, na Inglaterra, e treinarão nas próprias comunidades. Dois coordenadores e seis estagiários, financiados pela Pirelli e capacitados pelos técnicos das divisões de base do clube pernambucano, acompanharão o trabalho. Os melhores jogadores serão levados para o Náutico, em dezembro, para participar de uma nova "peneira" no clube. Os destaques viajarão a São Paulo e, em abril, vão jogar com as revelações do União São João (de Araras) e do Cruzeiro, da segunda divisão do futebol gaúcho, que também participam do projeto. Aqueles que conseguirem se destacar no grupo receberão bolsas de estudo e ajuda de custo e passarão a treinar nas divisões inferiores dos clubes de origem, em seus Estados. Aos 17 anos, eles viajarão para a Europa, onde serão novamente avaliados. Caso seus passes sejam negociados, 20% do valor da venda será revertido em benefício da comunidade de origem do garoto. O restante do dinheiro será dividido entre a Internazionale e o clube que revelou o craque. O percentual de cada um dependerá de futuras negociações, disse o presidente do Náutico, Roosevelt Menezes. O projeto -que envolve 37 equipes da Europa e 3 do Brasil- foi lançado oficialmente em Recife no último dia 15, no estádio dos Aflitos. Atualmente, afirmou Menezes, o programa custa cerca de R$ 6.000,00 por mês. Esse valor será revisto à medida que o projeto se desenvolver e se tornar mais complexo. "Teremos que adaptar, aos poucos, o programa à nossa realidade", declarou o presidente. "Sempre há uma coisa ou outra a refazer ou repensar", completou Menezes. Como exemplo, ele citou os kits de uniformes enviados ao Náutico. "Tivemos que pedir para trocar porque as camisas tinham manga comprida, o que é impossível usar no verão nordestino." Outro problema com as camisas é que o nome do Náutico não pôde ser incluído por incompatibilidade do sistema de impressão com o tecido usado pelo fabricante. Por causa disso, o nome do clube não esteve presente nas peças no dia de apresentação do projeto. "Infelizmente, vai ter de ficar para depois", disse Menezes. O presidente do Náutico espera concluir o programa em três anos, período em que, acredita, as eventuais revelações já poderão ser aproveitadas ou negociadas. "Se conseguirmos descobrir um craque apenas entre os 800 garotos que vão treinar, o investimento já terá sido válido", afirmou Menezes. Texto Anterior: Beira-Rio lotado empurra equipe gaúcha Próximo Texto: Time passa por crise financeira Índice |
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