São Paulo, quarta-feira, 26 de novembro de 1997
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Apec prepara socorro aos Tigres Asiáticos

CLÁUDIA PIRES
ENVIADA ESPECIAL A VANCOUVER

Os 18 líderes reunidos em Vancouver na 5ª Fórum da Assembléia de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (Apec) declararam ontem oficialmente "que se comprometem a cooperar financeiramente com o pacote do FMI para os países asiáticos, caso seja necessário".
A declaração dos líderes foi lida pelo primeiro-ministro canadense Jean Chretien depois de um dia inteiro de reuniões a portas fechadas.
O tratado final não trouxe nenhum indicativo de que esse auxílio financeiro seria imediato e nem mesmo citou valores.
Segundo o serviço de informações pela Internet da rede de TV norte-americana CNN, o fundo especial seria de cerca de US$ 68 bilhões.
Entre outras considerações, o acordo afirma que os países-membros se comprometem a dar suporte aos que estiverem atravessando dificuldades. "Reconhecemos a necessidade de políticas fiscais mais agressivas para fiscalizar os mercados dos países. Estamos instruindo nossos ministros das Finanças para que acelerem esse processo", afirmou o primeiro-ministro canadense.
"A dimensão global desse problema exige uma iniciativa de responsabilidade global. Acreditamos que as iniciativas regionais têm que ter suporte desses esforços conjuntos", menciona a declaração.
Os governantes também reafirmaram que o crescimento e desenvolvimento da região asiática será retomado e que as condições macroeconômicas de longo prazo continuam fortes.
Chretien também anunciou que o Peru, o Vietnã e a Rússia foram admitidos como novos membros da Apec. Os países passam a integrar a associação a partir de 98.
Os governantes mundiais presentes ao encontro passaram o dia de ontem -último dia do fórum- elaborando o tratado de intercâmbio comercial entre os países membros, o que poderia incluir auxílio financeiro.
Entre outros pontos, o acordo prevê que os países membros eliminem barreiras comerciais em nove setores antes de 2010.
Japão
O Japão foi o principal tema em discussão ontem durante o último dia de reuniões em Vancouver.
Apesar de enfrentarem sérias dificuldades em seu sistema financeiro, os governantes japoneses afirmam que têm condições de superar a crise.
"Nós somos o país com o maior crédito no mundo. Também temos reservas em torno de US$ 230 bilhões. Entre os asiáticos, somos os que têm melhores condições de lidar com a questão", afirma Haruhiko Kuroda, diretor-geral da área internacional do Ministério das Finanças do Japão.
Coréia
A agência norte-americana de qualificação Standard & Poor's rebaixou ontem a nota da Coréia do Sul em sua classificação de risco. O país passou de "A+" para "A-".
A S&P anunciou que pode rebaixar ainda mais a Coréia. A razão da mudança de nota ocorreu, segundo a agência, devido à deterioração da posição financeira do país e à ineficácia do governo em reconhecer e administrar a crise que afeta o setor bancário.

Colaboraram as agências internacionais

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