São Paulo, quarta-feira, 26 de novembro de 1997
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Iene cai ao nível mais baixo em 5 anos

CLÁUDIA PIRES
DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O iene (moeda japonesa) chegou ontem a seu nível mais baixo dos últimos cinco anos. A moeda japonesa foi negociada a 128,05 por dólar.
Esse queda na cotação da moeda japonesa ocorreu no mesmo dia em que o banco fiduciário japonês Yasuda Trust foi rebaixado à categoria "junk" (literalmente, lixo) pela agência norte-americana de classificação Standard and Poor.
Essa foi a mesma ação, deflagrada pela agência Moody's Invester Service, que provocou a quebra do banco Yamaichi Securities, anunciada na segunda-feira.
O Yasuda Trust, que mantinha a quarta posição entre os sete bancos fiduciários, teve suas qualificações rebaixadas de "BB+" para "BBB-", pela queda do grau de inversão e da dívida registrada a curto prazo de "A3" para "B".
O Yasuda Trust se precipitou ao anunciar medidas para incrementar seu capital, incluindo a emissão de ações avaliadas em 50 bilhões de ienes ao grupo Fuyo, ao qual pertence.
O presidente do banco, Yasuda Takahiko Kiminami reconheceu não estar certo de que a medida afetará a redução da categoria às atividades de recorrer aos fundos do grupo, mas afirmou não ver problemas em recorrer aos fundos estrangeiros no momento.
Crescimento
O governo japonês não pretende alterar as perspectivas de crescimento econômico para este ano, segundo informou ontem Takahide Shioya, diretor-geral de coordenação econômica do país.
Em dezembro do ano passado, esse crescimento foi estimado em 1,9%. Depois do estouro da crise na Ásia, no entanto, alguns institutos de pesquisa do Japão chegaram a prever crescimento negativo para o segundo semestre do ano.
"Não há porque mudar essas estimativas. A economia sofreu uma desaceleração, mas isso só será sentido a partir do ano que vem."
O representante do governo japonês também confirmou que está estudando novas medidas econômicas, entre elas o ajuste das taxas de juro e uma reforma do sistema de tarifas cobradas no país.
Ele afirmou que o país continua desenvolvendo relações comerciais produtivas com os Estados Unidos. "Existe um mito de que o Japão desenvolve sua economia voltado para os EUA. Isso não é verdade. Sabemos que os EUA estão passando por um 'boom' econômico, mas isso não tem nada a ver com o fato de darmos ênfase à nossa economia doméstica."

Colaborou a enviada especial a Vancouver

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