São Paulo, quinta-feira, 27 de novembro de 1997
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Terra treme em 6 cidades do interior de SP

da Folha Campinas

MARTA AVANCINI

Intensidade foi de 2,8 na escala Richter; bombeiros de Limeira receberam mais de 500 chamadas

Um tremor de terra na noite de anteontem assustou moradores de Limeira (156 km de SP). O abalo aconteceu às 21h41, durou 2,5 minutos e teve 2.8 de intensidade na escala Ritcher.
O abalo sísmico atingiu também a zona rural de Rio Claro (175 km de SP), toda a cidade de Santa Gertrudes (165 km de SP) e parte das cidades de Cordeirópolis (160 km de SP), Santa Bárbara d'Oeste (150 km de SP) e Piracicaba (170 km de SP), segundo o Corpo de Bombeiros de Limeira.
De acordo com o professor-chefe do Observatório Sismológico do Instituto de Geociência da UnB (Universidade de Brasília), Lucas Vieira Barros, 46, o tremor foi causado por um acúmulo de terra em regiões de rochas frágeis, que se rompem em função do acúmulo de peso.
Barros disse que o efeito pode ser comparado a uma pessoa que tenta empurrar uma mesa. "Ela tenta empurrar e não consegue. De repente a mesa desliza. Isso acontece em função da força depositada na mesa", afirmou. O tremor teve 2.8 (escala Ritcher) de magnitude.
Barros afirmou que o tremor é sentido com mais intensidade pelas pessoas que estão próximas do local onde houve o rompimento. "Temos o registro de 2,5 minutos, mas as pessoas sentiram por apenas alguns segundos, porque o tremor aconteceu em diversas regiões da cidade", disse.
O Corpo de Bombeiros de Limeira registrou, na noite de anteontem, mais de 500 ligações de pessoas avisando sobre o tremor de terra na cidade.
O último fenômeno deste tipo no Brasil aconteceu dia 17, em Guapé (MG). Lá, foram registrados 3,3 de magnitude na escala Ritcher.
Barros disse que o fenômeno é comum e pode voltar a acontecer. Ele afirmou que a intensidade do tremor de Limeira não é capaz de causar danos a prédios. "Não há um valor mínimo para causar estragos. O sismo que aconteceu em Guapé provocou pequenas rachaduras. Os danos dependem da estrutura de cada construção, mas a intensidade de 2,8 não causa problemas nem em estruturas mal conservadas", disse.
De acordo com o professor-chefe do observatório, não é possível dizer quais os lugares onde podem acontecer novos abalos sísmicos.
Ele disse que a possibilidade de um grande terremoto é muito pequena.
"O Brasil está no interior de uma placa tectônica (divisão da litosfera). Os terremotos normalmente acontecem em países próximos às fronteiras das placas tectônicas", afirmou.

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