São Paulo, quinta-feira, 27 de novembro de 1997
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Instituições federais de ensino podem perder R$ 37 mi

BETINA BERNARDES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O orçamento de custeio de 98 das instituições federais de ensino superior poderá sofrer corte de 10,5% (R$ 37 milhões), caso seja mantido o relatório atual da subcomissão do Congresso que trata de educação, cultura e desporto.
Os cortes foram feitos em cima do orçamento de custeio das instituições que havia sido encaminhado pelo governo ao Congresso, no valor de R$ 352,1 milhões.
A esse valor foram acrescentadas emendas no valor de R$ 5,4 milhões. A subcomissão analisa parte do Orçamento da União para 98.
Também foram feitos cortes em benefícios das instituições federais de ensino superior, como auxílio-creche, vale-transporte e vale-refeição, e em bolsas para residência médica.
O Orçamento da União previa R$ 284 milhões para os benefícios e residentes. A subcomissão fez um corte de R$ 7,6 milhões (2,7%).
Déficit
O objetivo dos cortes seria tentar diminuir o déficit orçamentário de R$ 129 milhões para manutenção das instituições federais de ensino superior e conseguir dinheiro para viabilizar as emendas propostas para as federais.
Para tentar reverter os cortes, a Andifes, associação que reúne dirigentes dessas instituições, está solicitando que os reitores contatem os parlamentares dos seus Estados e integrantes da Comissão de Orçamento do Congresso.
A UnB (Universidade de Brasília) já destacou dois assessores para a atuação no Congresso, que deverá ter um caráter permanente.
O orçamento inicial de custeio da universidade para 98 era de R$ 26 milhões.
Ele deve sofrer um corte de 8% a 10%, segundo o relatório que está na comissão.
"Punição"
"A maior parte desses cortes diz respeito à área de investimentos. Só espero que cortes tão elevados na nossa instituição não estejam relacionados ao fato de a UnB tentar gerar recursos próprios, pois isso seria uma punição para uma universidade que está tentando inovar e mesmo assim tem déficit", afirmou o reitor Lauro Morhy.
Ele ontem reuniu em um café da manhã parlamentares do Congresso eleitos pelo Distrito Federal.
Ele afirmou que está desenvolvendo esforços de avaliação para melhorar os cursos e cuidando da instalação de outros novos.
Segundo o reitor, "há briga de foice por metro quadrado" no minhocão (prédio principal da UnB) porque falta sala de aula.
Em março, 800 novos alunos devem entrar na universidade e em julho, mais 800.
"Estamos muito longe de não dependermos de recursos do governo. Precisamos, pelo contrário, que eles sejam aumentados", afirmou.

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