São Paulo, quinta-feira, 27 de novembro de 1997 |
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Ladrões fazem roubo com ameaça de HIV
MARCELO GODOY
A polícia suspeita que os criminosos sejam os mesmos que roubaram na semana passada o deputado estadual Erasmo Dias (PPB). Dias estava no apartamento da procuradora Jeanete Praude, na Bela Vista (região central), quando ele foi invadido pelos ladrões. "A ameaça de contaminar as vítimas com o vírus HIV foi usada nos dois casos. Por isso, pode haver ligação entre esses crimes", disse o delegado Godofredo Bittencourt Filho, diretor da Divisão de Crimes Contra o Patrimônio. O roubo de anteontem começou às 21h40. Os ladrões estavam perto da entrada da garagem do edifício Pablo Picasso esperando algum morador quando o advogado Frederico Alvares Franco, 26, filho de Benedito, chegou num Audi A-8. Os ladrões teriam aproveitado a abertura do portão eletrônico para entrar atrás do carro. Eles dominaram Frederico quando ele se preparava para apanhar o elevador. Em seguida, invadiram o apartamento do 12º andar e renderam Benedito e sua mulher, a advogada Maria Eulália Alvares Franco, 51. Eles estavam armados com pelo menos uma pistola semi-automática. Um deles estava com o rosto semicoberto por uma blusa. Eles ameaçaram contaminar as vítimas se não lhes entregassem tudo o que desejavam. A família mostrou aos ladrões onde fica o cofre. Nele estavam guardados os dólares e as jóias, entre elas, um relógio de ouro com brilhantes avaliado em R$ 15 mil. Enquanto um dos ladrões apanhava o que havia no cofre, os outros estavam com a família. Como ele estava demorando, seus amigos pensaram que havia algo errado. Eles correram, quebraram a fechadura da porta e entraram no cômodo que escondia o cofre. Tranquilizados, os criminosos saíram do apartamento. Benedito, que é procurador aposentado, teria tentado avisar os outros moradores sobre o roubo. "Ele (Benedito) apanhou uma arma, deu um tiro para o alto e gritou que havia ladrão no prédio", afirmou a estudante Mariana Fedozzi, 16, que mora no condomínio. Os assaltantes fugiram pulando o muro dos fundos do prédio. Retrato falado Ontem, a procuradora Jeanete estava tentando reconhecer por meio de fotos os ladrões que a roubaram. Ela também ia tentar fazer o retrato falado dos acusados. Texto Anterior: Instituições federais de ensino podem perder R$ 37 mi Próximo Texto: Promotor pede novo inquérito para Bodega Índice |
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