São Paulo, sexta-feira, 28 de novembro de 1997
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Homem é preso por racismo

DA SUCURSAL DO RIO

O comerciante José Luiz Alves da Silva, 39, foi preso ontem em flagrante por crime de racismo, após dizer à professora negra Leda Francisco que "negro, quando não faz na entrada, faz na saída".
A frase foi dita quando Leda esteve na loja de material de construção Estilo Colonial, pertencente a Silva, para pedir a devolução de um cheque pré-datado de R$ 97 emitido por sua amiga Patrícia Lucas, com quem tem conta conjunta, como pagamento de um material que não foi entregue no prazo.
Devido a esse atraso, Patrícia, que entregou R$ 98 em dinheiro para saldar a primeira parcela no dia 27 de outubro, comunicou a Silva que desistira do negócio. O comerciante devolveu o dinheiro, mas se negou a entregar o cheque.
Diante da negativa, Leda também compareceu à loja para tentar reaver o cheque. Nessa ocasião, ela ouviu do comerciante o comentário que considerou racista.
Leda foi à 32ª DP (Delegacia Policial), em Jacarepaguá (zona oeste), e registrou queixa contra Silva.
Ontem, quando Leda retornou à loja, a ofensa foi flagrada por três policiais civis da mesma delegacia que passavam por acaso. Eles deram voz de prisão ao comerciante. Silva negou a ofensa e disse que só falará em juízo.
Para o Ceap (Centro de Articulação de Populações Marginalizadas), que deu assistência a Leda, este é o primeiro caso de racismo flagrado e autuado pela polícia no Rio.

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