São Paulo, quinta-feira, 4 de dezembro de 1997
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Coréia e FMI fecham acordo de US$ 55 bi

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

A Coréia do Sul e o Fundo Monetário Internacional (FMI) fecharam ontem acordo que permitirá ao país receber US$ 55 bilhões de ajuda financeira.
Será o maior socorro da História já concedido a um país, superando a ajuda internacional de US$ 48 bilhões enviada ao México em 1995.
Os recursos serão enviados por outras instituições multilaterais, além do próprio FMI, e pelos principais sócios comerciais sul-coreanos, como Japão e Estados Unidos.
O acordo foi confirmado ontem pelo diretor-gerente da instituição, Michel Camdessus, em Seul (capital sul-coreana), após dez dias de negociações.
No domingo, o governo da Coréia do Sul havia anunciado a conclusão do acordo, mas voltou atrás no dia seguinte.
Segundo analistas, a demora para o desfecho das negociações ocorreu porque autoridades do país não estariam aceitando as condições impostas pelo FMI.
O FMI enviará US$ 21 bilhões em créditos de reserva durante o período de três anos.
O Banco Mundial deve contribuir com US$ 10 bilhões e o Banco de Desenvolvimento da Ásia, com US$ 4 bilhões.
O ministro das Finanças do Japão, Hiroshi Mitsuzuka, anunciou ontem que o país estaria disposto a enviar US$ 10 bilhões. O FMI divulgou ainda que os Estados Unidos contribuiriam com US$ 5 bilhões.
Outros países também devem participar do programa de ajuda, entre eles Alemanha, França, Canadá, Austrália e Reino Unido.
Em troca do socorro financeiro, o governo sul-coreano concordou em cumprir condições impostas pelo fundo internacional, como reduzir de 6% a 3% a previsão de crescimento econômico do seu Produto Interno Bruto (PIB) no próximo ano.
A Coréia do Sul deverá diminuir seu déficit em conta corrente até o máximo de 1% do PNB (Produto Nacional Bruto) em 1998 e 1999.
O governo terá ainda de limitar o papel desempenhado pelo banco central em sua economia.
O sistema financeiro do país também deverá ser reestruturado, e bancos e corretoras estrangeiros serão autorizados a abrir filiais.
O governo já havia anunciado na terça-feira o fechamento de nove instituições financeiras em dificuldades.
O país terá de eliminar os subsídios às exportações e as restrições às importações.
Segundo a agência de notícias sul-coreana "Yonhap", o FMI teria recebido garantias do cumprimento dos compromissos por parte dos principais candidatos que vão concorrer à Presidência do país nas eleições do próximo dia 18.
Tailândia
O Ministério das Finanças da Tailândia anunciou ontem que vai solicitar ao FMI ajuda econômica adicional, em créditos de curto prazo, para solucionar o problema de sua dívida externa.
O FMI havia concedido ao país recentemente uma ajuda de US$ 17,2 bilhões.

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