São Paulo, sexta-feira, 5 de dezembro de 1997
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Presidente almoça com primeiro-ministro

CLÓVIS ROSSI
DO ENVIADO ESPECIAL

Há dois anos, quando veio a Londres para as cerimônias comemorativas dos 50 anos da vitória aliada na 2ª Guerra, FHC recebeu para o almoço a hoje baronesa Margaret Thatcher, ex-primeira-ministra e o maior símbolo mundial do ultraliberalismo.
Trocaram elogios, mais calorosos de Thatcher para FHC do que vice-versa, é verdade.
Ontem, FHC almoçou no número 10 da Downing Street, a residência oficial do primeiro-ministro britânico, agora ocupada por Tony Blair, um trabalhista (social-democrata).
A única coincidência: FHC não poupou elogios a Blair, com quem tratou de identificar-se.
Contou até que escreveu a introdução de um livro que seu partido, o PSDB, está editando sobre a "nova Grã-Bretanha" (depois da vitória trabalhista em maio).
"Procuro ressaltar as coincidências que há entre os pontos de vista do governo inglês e os meus", disse o presidente. Mais: "As mudanças que estão sendo feitas no Reino Unido são bastante similares às que estou fazendo no Brasil."
Para FHC, "no mundo de hoje, os problemas são mais ou menos homogêneos e as soluções são buscadas todas mais ou menos na mesma direção". Exemplo: o programa de ajuda a crianças que os clubes de futebol ingleses estão adotando. Anteontem, FHC visitou um desses programas.
"É algo semelhante ao que estamos fazendo no Brasil, tentando fazer com que a sociedade em seu conjunto, e não apenas o governo, assuma responsabilidades na questão educacional", comentou.
FHC disse que coincidiu com Blair também na visão de que "o corporativismo é daninho a uma relação democrática e ao avanço social no mundo hoje".
FHC chegou ao número 10 de Downing Street às 13h15 (11h15 em Brasília), a bordo de um Rolls Royce cor creme. Recebido por Blair, trocaram cumprimentos para fotógrafos e cinegrafistas.
Duas horas depois, saíram de novo juntos. FHC fez sinal para que Blair o acompanhasse até o grupo de jornalistas concentrado na calçada oposta. O premiê britânico consultou alguém que fez sinal que não e ele declinou do convite. O presidente brasileiro falou então sozinho aos jornalistas.
(CR)

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