São Paulo, sábado, 6 de dezembro de 1997 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Presidência compra oxigênio superfaturado, afirma senador White Martins venderia produto com preços diferentes DA REPORTAGEM LOCAL; DA SUCURSAL DE BRASÍLIA O senador Roberto Requião (PMDB-PR) denunciou ontem a empresa White Martins por elevar artificialmente os preços do oxigênio e do acetileno que produz, fornecendo-os por diferentes preços a órgãos públicos. O maior valor teria sido oferecido à Presidência da República.A manipulação de preços teria sido praticada em licitações públicas realizadas para fornecimento dos produtos a três clientes diferentes: DER-DF (Departamento de Estradas de Rodagem do Distrito Federal), a Presidência da República e o próprio Senado. Para o DER-DF, em 24 de agosto de 1995, o oxigênio foi oferecido por R$ 3,30 o metro cúbico, e o acetileno, por R$ 6,80 o quilo. Para o Senado Federal, o oxigênio foi oferecido por R$ 8 o metro cúbico, e o acetileno, por R$ 16,40 o quilo. "O terceiro cliente, que teve o pior tratamento, é a Presidência da República, que pagou R$ 12,90 por metro cúbico de oxigênio e R$ 16,50 por quilo de acetileno", afirmou o senador. Requião disse ter conversado com diretores da White Martins e que a justificativa apresentada para a diferença de preços era o risco que cada comprador oferecia. "Ao invés da busca de garantias para o pagamento, aumentava-se o preço segundo o risco interpretado pela empresa", disse. Segundo o senador, não há justificativa para a diferença de preços, já que a empresa fornecedora é a mesma, e o mercado, também. O senador afirmou ter encaminhado o caso à Secretaria de Direito Econômico e ao Conselho Administrativo de Defesa Econômico, mas disse que nada foi feito. A Diretoria Geral de Administração do Palácio do Planalto confirmou que compra oxigênio e acetileno da empresa White Martins, mas citou preços diferentes dos apontados pelo senador Roberto Requião. Segundo a diretoria, o oxigênio medicinal e industrial é comprado por R$ 6 o metro cúbico. O acetileno é comprado por R$ 11 o quilo. A White Martins, de acordo com o Planalto, foi escolhida por meio de licitação. A White Martins disse à Folha que somente se manifestará na segunda-feira. Texto Anterior: Sem-terra saqueiam caminhão em MS Próximo Texto: Universal faz protestos contra o Chile Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |